Estes são alguns motivos para você evitar bebida alcoólica durante um voo

Pesquisa realizada na Alemanha revela por que o consumo de álcool no avião pode ser arriscado à saúde

05/02/2025 18:00

Queda na oxigenação e o aumento da frequência cardíaca podem sobrecarregar o sistema cardiovascular – Chalabala/Depositphotos
Queda na oxigenação e o aumento da frequência cardíaca podem sobrecarregar o sistema cardiovascular – Chalabala/Depositphotos - Jaromir Chalabala

Viajar de avião pode ser uma experiência cansativa, mas um novo estudo revelou que dormir a bordo, especialmente após consumir álcool, pode ter impactos inesperados na saúde do coração.

Pesquisadores alemães descobriram que a combinação entre a pressão reduzida da cabine e o consumo de bebidas alcoólicas pode diminuir os níveis de oxigênio no sangue e acelerar os batimentos cardíacos, mesmo em pessoas jovens e saudáveis. O estudo foi publicado na renomada revista Thorax, um periódico revisado por pares do British Medical Journal (BMJ).

A pesquisa analisou 48 voluntários saudáveis, com idades entre 18 e 40 anos, divididos em dois grupos. Enquanto um grupo passou duas noites em um laboratório do sono, o outro dormiu em uma câmara que simulava a pressão da cabine de um avião voando a 2.438 metros de altitude.

Para testar os efeitos do álcool, os participantes ingeriram uma dose equivalente a duas latas de cerveja ou dois copos de vinho, atingindo uma concentração alcoólica média de 0,043% no sangue. Cada voluntário teve dois dias de recuperação entre as noites de teste.

Resultados surpreendentes 

Os efeitos do álcool combinados com a pressão da cabine foram significativos. Durante o sono:

  • Os níveis de oxigênio no sangue despencaram para 85% nos participantes que ingeriram álcool antes do voo, enquanto a frequência cardíaca disparou para 87,7 bpm. 
  • Aqueles que não consumiram álcool, mas dormiram sob a pressão da cabine, apresentaram um nível médio de oxigênio de 88% e uma frequência cardíaca de 72,9 bpm.
  • Já os que dormiram em terra firme, sem álcool e sem alteração na pressão do ar, tiveram uma saturação de oxigênio de 95,8% e um ritmo cardíaco mais tranquilo, de 63,7 bpm.

Riscos para passageiros vulneráveis

Segundo os cientistas, essa queda na oxigenação e o aumento da frequência cardíaca podem sobrecarregar o sistema cardiovascular, o que é especialmente preocupante para pessoas com problemas cardíacos ou pulmonares. Para quem já sofre de baixa saturação de oxigênio, os efeitos podem ser ainda mais intensos, elevando os riscos de complicações em pleno voo.

Limitações do estudo e próximos passos

Os pesquisadores ressaltam que o estudo foi realizado apenas com indivíduos saudáveis, o que não reflete totalmente a diversidade da população. Além disso, as condições do experimento eram mais confortáveis, semelhantes à classe executiva ou primeira classe, já que os voluntários dormiam de forma horizontal—um cenário diferente do espaço reduzido da classe econômica.

Apesar do número limitado de participantes, os achados fornecem informações valiosas sobre como o álcool pode afetar o corpo humano em altitude, incentivando novas pesquisas sobre os impactos fisiológicos de viagens aéreas.

Se você costuma beber antes ou durante voos longos, talvez seja hora de reconsiderar esse hábito—seu coração pode agradecer!

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