Estes são os 3 fatores que mais levam à demência no Brasil, segundo estudo
Entre os fatores observados, o principal motivo relacionada à demência no Brasil seria a baixa escolaridade, associada a 7,7% dos casos
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Estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) descobriu quais são os 12 fatores de risco que mais levam à demência no Brasil. Segundo os resultados da pesquisa, três desses motivos estão relacionados a 22% de todos os casos da doença.
Para entender os motivos, a análise mapeou a influência de várias condições dos brasileiros por meio de dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento no Brasil (ELSI-Brasil). Ao todo, foram consultados com 9.412 participantes com idade média de 63 anos, de diferentes regiões, níveis socioeconômicos e raças.
Fatores associados à demência
Quase metade dos casos de demência (48,2%) poderiam ser evitados ou pelo menos retardados, segundo os resultados da pesquisa. Sobretudo se 12 dessas condições, reconhecidamente associadas a Alzheimer e a deterioração cognitiva em geral, fossem controladas ou objeto de acompanhamento médico.
- Baixa escolaridade, principalmente em pessoas com menos de 8 anos de estudo;
- Perda auditiva;
- Hipertensão;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Consumo excessivo de álcool;
- Lesões traumáticas no cérebro;
- Sedentarismo;
- Depressão;
- Tabagismo;
- Isolamento social;
- Incidência de poluição atmosférica.
Três maiores fatores, segundo a ciência
Diante dos resultados, o principal fator de risco para declínio cognitivo no Brasil seria a baixa escolaridade, associada a 7,7% dos casos. Em seguida, vêm a hipertensão (7,6%) e a perda auditiva (6,8%). Juntos, os fatores estariam por trás de 22% dos casos da doença.
Entre indivíduos que se declararam brancos e aqueles que se declararam negros ou pardos, a ordem dos principais fatores de risco variou. Enquanto hipertensão, baixa escolaridade e perda auditiva apareceram nas três primeiras colocações para os brancos, para os negros e pardos a ordem foi menor escolaridade, seguida de hipertensão e perda auditiva.
Prevenção quando se trata de demência
A geriatra da USP, Claudia Kimie Suemoto, primeira autora do estudo, enfatiza que alguns fatores de risco são modificáveis.
“É claro que é impossível eliminar totalmente esses fatores de risco, mas fica a mensagem de que as políticas públicas de prevenção de demência devem ter 12 alvos claros e, em situações de poucos recursos, o foco deve ir para aqueles de maior importância”, ressalta a pesquisadora.
Outra mensagem importante, segundo a pesquisadora, é que os principais riscos estão presentes no começo da vida (baixa escolaridade) e na meia idade (hipertensão, perda auditiva e obesidade), mostrando que a prevenção deve começar cedo.