Estes são os motivos que aumentam a chance de AVC antes dos 45
Centenas de milhares de pessoas são vítimas de AVC todos os anos no Brasil
O AVC, tradicionalmente associado a pessoas mais velhas, também pode atingir indivíduos mais jovens, antes mesmo dos 45 anos. E essa ocorrência tem se tornado mais frequente.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, enquanto antes da pandemia de Covid-19 o AVC afetava cerca de 10% das pessoas nessa faixa etária, em 2022 essa taxa subiu para 18%.
Especialistas acreditam que esse aumento pode estar relacionado à deterioração dos hábitos de vida entre os jovens e à interrupção de tratamentos de quem já apresentava fatores de risco.
- Estudo aponta para fator que aumenta em 31% o risco de demência
- Parente com demência? Estes são os principais sinais aos quais se atentar
- Como o seu sono pode prevenir o diabetes, segundo a ciência
- Segundo a ciência, este exercício é indispensável para evitar demência no futuro
Pra começo de conversa: o que é o AVC?
O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de incapacidade ao redor do mundo. Sobreviventes podem lidar com sequelas como perda de visão, dificuldade na fala, paralisia e confusão mental.
A gravidade do AVC depende de seu tipo. Existem dois principais: o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico. Cada um apresenta particularidades e diferentes prognósticos.
O AVC isquêmico é o mais comum, responsável por cerca de 87% dos casos. Ele ocorre quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo em uma área do cérebro, privando-a de oxigênio. Tratamentos rápidos, como trombolíticos ou trombectomia, podem fazer a diferença na recuperação e sobrevivência. Entre os fatores de risco para os jovens, o uso de cigarro, álcool e drogas ilícitas se destacam, aumentando consideravelmente as chances de um AVC.
Além disso, condições como fibrilação atrial, insuficiência cardíaca, doenças coronarianas, diabetes, colesterol alto e obesidade também elevam os riscos.
Estudos indicam que a enxaqueca é um fator de risco não tradicional especialmente preocupante entre os mais jovens, sendo responsável por cerca de 20% dos casos em homens e 35% nas mulheres.
E, falando em mulheres, há outra questão relevante: o uso de anticoncepcionais pode dobrar o risco de AVC isquêmico.
Por último, mas não menos importante, o sedentarismo e a alimentação inadequada, rica em gorduras saturadas e sódio, e pobre em frutas e vegetais, também favorecem o surgimento da doença.
Quais os sinais de um AVC?
Alguns sinais de alerta que devem ser observados incluem:
- Dormência ou fraqueza súbita no rosto, braço ou perna, especialmente de um lado do corpo;
- Confusão repentina, dificuldade para falar ou entender a fala;
- Visão embaçada ou perda de visão súbita em um ou ambos os olhos;
- Dificuldade para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação;
- Dor de cabeça intensa e repentina, sem causa aparente.
O que fazer em caso de suspeita?
Diante de qualquer um desses sintomas, a ação imediata é essencial. Buscar ajuda médica o mais rápido possível pode reduzir os danos cerebrais e aumentar as chances de uma boa recuperação.
No caso do AVC hemorrágico, que ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe e provoca sangramento, o risco de morte é elevado, especialmente nas primeiras 48 horas.
Pressão arterial: maior fator de risco para um AVC antes dos 45
Embora menos frequente em pessoas com menos de 45 anos, quando o AVC ocorre nessa idade, a hipertensão costuma ser o principal fator desencadeante. Segundo a OMS, quatro em cada dez mortes por AVC poderiam ser evitadas com o controle adequado da pressão arterial.
Outro fator relevante é o tabagismo. Fumantes têm o dobro de chances de sofrer um AVC em comparação com aqueles que nunca fumaram.