Estimulação elétrica cerebral: ciência revela novo combate ao Alzheimer
Descubra como essa técnica pode melhorar a memória e oferecer esperança para milhões
Conforme evidenciado por uma recente pesquisa da revista Nature Neuroscience, a estimulação elétrica cerebral é apontada como um futuro tratamento promissor para pacientes com Alzheimer.
A tecnologia, que emprega campos elétricos de várias frequências para estimular os neurônios no hipocampo – uma área do cérebro associada à formação e recuperação de memórias – vem ganhando destaque na área da neurociência.
Estimulação elétrica cerebral surge para combater o Alzheimer
O funcionamento do cérebro é baseado em uma elaborada rede de neurônios que se comunicam entre si através de sinais elétricos.
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No caso da doença de Alzheimer, essa comunicação se vê comprometida, gerando desequilíbrios na atividade elétrica do cérebro.
A técnica da estimulação elétrica profunda busca justamente corrigir esses desequilíbrios e, dessa forma, propõe-se como um tratamento em potencial para a doença.
Como funciona a eletroestimulação cerebral?
A técnica envolve a implantação de eletrodos que monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas.
Antes de tentar chegar ao hipocampo por meios não-invasivos, os pesquisadores confirmaram a viabilidade das tentativas por meio de experimentos com cérebros post mortem.
Resultados positivos em voluntários
Em um segundo momento, a estimulação foi aplicada em 20 voluntários que não apresentavam sintomas de Alzheimer.
Durante o procedimento, os participantes realizaram tarefas de memorização de conjuntos de rostos e nomes, que exigem a atividade do hipocampo.
Posteriormente, o processo foi repetido em outros 21 voluntários durante 30 minutos. Segundo os pesquisadores, a técnica apresentou melhorias significativas no desempenho da memória.
Potencial da estimulação elétrica cerebral
Agora, a equipe de pesquisa pretende testar se o tratamento repetido com estimulação ao longo de vários dias poderia beneficiar pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.
Para tal, um novo estudo contará com a participação de indivíduos com idade a partir de 50 anos e com comprometimento cognitivo leve.
A estimulação elétrica cerebral, além de representar uma perspectiva animadora para o tratamento do Alzheimer, vem atraindo o interesse da comunidade científica em outras aplicações.
Em 2021, um estudo da Universidade da Califórnia, publicado na revista Nature Medicine, apontou que a estimulação elétrica no cérebro pode ter um efeito antidepressivo profundo, se adaptada ao humor e aos sintomas específicos de cada paciente.
O estudo promete abrir novas vias para o tratamento do Alzheimer e outras doenças neurológicas, oferecendo esperança para milhões de pessoas que sofrem com essas condições. Os resultados iniciais são animadores, mas ainda mais pesquisas são necessárias para validar e otimizar a técnica.