Estimulação elétrica cerebral: ciência revela novo combate ao Alzheimer

Descubra como essa técnica pode melhorar a memória e oferecer esperança para milhões

26/10/2023 17:20

Conforme evidenciado por uma recente pesquisa da revista Nature Neuroscience, a estimulação elétrica cerebral é apontada como um futuro tratamento promissor para pacientes com Alzheimer.

A tecnologia, que emprega campos elétricos de várias frequências para estimular os neurônios no hipocampo – uma área do cérebro associada à formação e recuperação de memórias – vem ganhando destaque na área da neurociência.

Estimulação elétrica cerebral surge para combater o Alzheimer
Estimulação elétrica cerebral surge para combater o Alzheimer - iSTock

Estimulação elétrica cerebral surge para combater o Alzheimer

O funcionamento do cérebro é baseado em uma elaborada rede de neurônios que se comunicam entre si através de sinais elétricos.

No caso da doença de Alzheimer, essa comunicação se vê comprometida, gerando desequilíbrios na atividade elétrica do cérebro.

A técnica da estimulação elétrica profunda busca justamente corrigir esses desequilíbrios e, dessa forma, propõe-se como um tratamento em potencial para a doença.

Como funciona a eletroestimulação cerebral?

A técnica envolve a implantação de eletrodos que monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas.

Antes de tentar chegar ao hipocampo por meios não-invasivos, os pesquisadores confirmaram a viabilidade das tentativas por meio de experimentos com cérebros post mortem.

Resultados positivos em voluntários

Em um segundo momento, a estimulação foi aplicada em 20 voluntários que não apresentavam sintomas de Alzheimer.

Durante o procedimento, os participantes realizaram tarefas de memorização de conjuntos de rostos e nomes, que exigem a atividade do hipocampo.

Posteriormente, o processo foi repetido em outros 21 voluntários durante 30 minutos. Segundo os pesquisadores, a técnica apresentou melhorias significativas no desempenho da memória.

A técnica envolve a implantação de eletrodos que monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas
A técnica envolve a implantação de eletrodos que monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas - iSTock

Potencial da estimulação elétrica cerebral

Agora, a equipe de pesquisa pretende testar se o tratamento repetido com estimulação ao longo de vários dias poderia beneficiar pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Para tal, um novo estudo contará com a participação de indivíduos com idade a partir de 50 anos e com comprometimento cognitivo leve.

A estimulação elétrica cerebral, além de representar uma perspectiva animadora para o tratamento do Alzheimer, vem atraindo o interesse da comunidade científica em outras aplicações.

Em 2021, um estudo da Universidade da Califórnia, publicado na revista Nature Medicine, apontou que a estimulação elétrica no cérebro pode ter um efeito antidepressivo profundo, se adaptada ao humor e aos sintomas específicos de cada paciente.

O estudo promete abrir novas vias para o tratamento do Alzheimer e outras doenças neurológicas, oferecendo esperança para milhões de pessoas que sofrem com essas condições. Os resultados iniciais são animadores, mas ainda mais pesquisas são necessárias para validar e otimizar a técnica.