Estoque de medicamentos para intubar paciente dá apenas para 20 dias
Médicos de São Paulo relataram que a situação é grave e que já começam a faltar insumos
O estoque de medicamentos para intubar pacientes em UTIs, como analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares, pode durar apenas mais 20 dias, o que agravaria ainda mais o sistema de saúde no momento em que o Brasil é o epicentro da pandemia no mundo.
O alerta é da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) e do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha.
Além da escalada de casos do novo coronavírus, o sobrepreço, que, em alguns casos, pode chegar a 287,44%, dos medicamentos é um dos fatores para a falta dos produtos nos hospitais.
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Relatório do Conass, feito em cerca de 1.500 estabelecimentos de saúde que fazem parte do combate à covid-19 no país, constatou, por exemplo, que o relaxante muscular rocurónio está em falta em 96% das unidades ouvidas pelo conselho. Já a Anahp verificou o aumento em 91% do preço cobrado pelo medicamento, em consulta a cinco fabricantes.
Ainda de acordo com o relatório do Conass, o sedativo midazolam, usado antes de procedimentos diagnósticos, está em falta em 76% das unidades.
Outro medicamento, o atracúrio, utilizado como bloqueador neuromuscular, que facilita a intubação endotraqueal, está em falta em 76% estabelecimentos e com 197,47% de sobrepreço.
A falta de medicamentos criaria um novo gargalo, uma vez que mesmo com os leitos abertos, sem os remédios seria impossível intubar e tratar pacientes nos hospitais.
Médicos de São Paulo ouvidos sob a condição de anonimato relataram que a situação é grave e que já começam a faltar insumos.