Estou sofrendo abuso psicológico?

Brasil registrou 2,5 mil processos de violência contra a mulher por dia em 2024

06/01/2025 18:00

Brasil registrou 2,5 mil processos de violência contra a mulher por dia em 2024, segundo Conselho Nacional de Justiça – Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasil registrou 2,5 mil processos de violência contra a mulher por dia em 2024, segundo Conselho Nacional de Justiça – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Muitas vezes, imaginamos que a violência está restrita a socos, tapas e outras formas de agressão física. Mas ela pode ser tão silenciosa quanto um sussurro venenoso, aparecendo disfarçada de insultos, restrições de liberdade e humilhações constantes.

O abuso psicológico, com sua natureza sorrateira, frequentemente se oculta nas dinâmicas mais íntimas de casais e famílias.

Esse tipo de agressão opera na sutileza, utilizando manipulações, controle, menosprezo e isolamento para desgastar a vítima. Com o tempo, a pessoa que sofre começa a perder algo fundamental: a confiança em si mesma, sua autoestima e, em casos extremos, até a própria identidade.

A dificuldade em identificar o abuso psicológico reside justamente no fato de ele ser invisível a olho nu. Mesmo a vítima, muitas vezes, demora a reconhecer o que está acontecendo. Contudo, os estragos emocionais causados podem ser tão devastadores – ou até mais – do que os provocados por agressões físicas.

Quem vive sob esse tipo de violência é mais vulnerável a uma série de problemas, como depressão, dependência química, distúrbios do sono, transtornos alimentares e até doenças que surgem como reflexo de um sofrimento psicológico intenso.

Como saber se estou sofrendo abuso psicológico? 

Gaslighting

Uma manipulação emocional que faz a vítima questionar sua própria percepção da realidade. Imagine um parceiro que insiste em negar fatos óbvios ou distorce eventos claros, levando a vítima a duvidar de sua sanidade.

Humilhações constantes

Aqui, o agressor mina a autoestima da vítima com críticas cruéis e ataques públicos ou privados, deixando-a emocionalmente fragilizada.

Controle e cerceamento da liberdade

O abusador pode ditar as regras da vida da vítima, restringindo amizades, limitando saídas ou isolando-a da família. Esse comportamento se traduz, por exemplo, em impedir contatos sociais ou coagir a vítima a cortar laços importantes.

Chantagem emocional

Uma arma poderosa: o uso de culpa ou medo para manipular. Frases como “Se você não fizer isso, vou embora” ou “Vou me machucar por sua causa” são comuns nessa estratégia de controle.

Como romper o ciclo de abuso psicológico?

O primeiro passo para se libertar é enxergar a realidade: reconhecer que você está sendo vítima de abuso psicológico. Isso pode ser desafiador, mas é fundamental.

Contar com o apoio de pessoas de confiança – amigos, familiares ou profissionais – é essencial para iniciar o processo de cura. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, tem se mostrado uma ferramenta poderosa nesses casos. Ela ajuda a vítima a reestruturar seus pensamentos, resgatar sua autoestima e reconstruir uma visão mais positiva e empoderada de si mesma e do mundo ao seu redor.

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