Estresse ou burnout? Saiba reconhecer quando a linha é ultrapassada

O burnout é mais comum do que parece e começa com sinais sutis; aprenda a identificar

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
23/05/2025 19:02

A síndrome de burnout tem ganhado cada vez mais atenção por refletir um problema crescente nos ambientes de trabalho: a exaustão extrema.

Quando o estresse passa do limite e vira burnout.
Quando o estresse passa do limite e vira burnout. - iStock/Poike

Caracterizada pela fadiga mental, emocional e física, essa condição é reconhecida como um distúrbio ligado diretamente ao trabalho, conforme definição da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que diferencia o estresse do burnout?

Embora estejam relacionados, estresse e burnout não são a mesma coisa. O estresse é uma reação natural do corpo diante de situações desafiadoras.

Já o burnout surge quando esse estado de tensão se mantém por tempo prolongado, especialmente em contextos profissionais exigentes.

A sobrecarga de responsabilidades e metas inatingíveis contribui para o desgaste, que pode afetar profissionais de diversas áreas, como saúde, educação, segurança e comunicação.

Quais são os principais sinais da síndrome?

Identificar os sintomas do burnout é fundamental para buscar ajuda. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Cansaço físico e mental persistente;
  • Dificuldade de concentração;
  • Sensação de incompetência;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Alterações no apetite e no sono;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Palpitações, pressão alta e dores musculares;
  • Sentimentos de fracasso, desesperança e isolamento;
  • Problemas gastrointestinais e fadiga constante.

Esses sintomas podem evoluir para quadros mais graves, como depressão, se não forem tratados.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico deve ser feito por profissionais da saúde mental, que avaliarão os sintomas e o histórico do paciente.

O tratamento costuma envolver acompanhamento psicológico e, em alguns casos, uso de medicamentos como antidepressivos ou ansiolíticos. A duração varia conforme cada situação, podendo durar de algumas semanas a alguns meses.

Além da abordagem terapêutica, a prática de exercícios físicos regulares é recomendada, pois ajuda a controlar o estresse e melhorar a qualidade de vida.

Caso o tratamento seja negligenciado, o quadro pode piorar, levando à completa perda de motivação.

É possível prevenir o burnout?

A prevenção passa por atitudes simples, mas eficazes: reduzir o excesso de tarefas, reservar momentos para lazer, manter uma rotina saudável, evitar álcool e outras substâncias prejudiciais, e manter diálogo com pessoas de confiança.

Promover o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é essencial para evitar que o esgotamento se instale.

O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), oferece atendimento gratuito para quem precisa de ajuda, desde o diagnóstico até o tratamento. Procurar apoio logo nos primeiros sinais pode fazer toda a diferença na recuperação.