Estudo afirma que este distúrbio do sono acelera o envelhecimento

A pesquisa teve 46 voluntários e observou que indivíduos com distúrbios de sono não tratados podem ter envelhecimento precoce

Um estudo conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relacionou o distúrbio apneia do sono ao envelhecimento precoce.

A pesquisa, que envolveu 46 voluntários, observou que indivíduos com distúrbios de sono não tratados apresentam um processo acelerado de encurtamento dos telômeros, que são essenciais biomarcadores do envelhecimento celular.

Distúrbio do sono não tratado pode causar envelhecimento precoce
Créditos: iStock/bymuratdeniz
Distúrbio do sono não tratado pode causar envelhecimento precoce

O que é apneia do sono?

O distúrbio do sono grave é caracterizado por repetidas pausas na respiração durante o sono, que podem durar vários segundos ou até mesmo minutos.

O resultado são despertares contínuos que afetam diretamente a qualidade do sono e podem levar a complicações de saúde graves a longo prazo, como risco aumentado de doenças cardiovasculares, hipertensão, insuficiência cardíaca e comprometimento da memória e concentração.

Realização do estudo

Os pesquisadores acompanharam 46 pacientes homens, com idade entre 50 e 60 anos e com apneia do sono moderada ou grave.

Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo eles:

  1. grupo – recebeu um tratamento com o aparelho CPAP (sigla em inglês para Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas), que lança ar no nariz durante o sono e regulariza a respiração.
  2. grupo – usava um aparelho semelhante, mas que permitia vazamentos de ar, agindo como um placebo.

Ao longo de seis meses eles tiveram visitas mensais para verificar a adesão dos pacientes ao tratamento, e também para coletar amostras de sangue para a análise dos telômeros.

A boa notícia é que os resultados apontaram que os pacientes que usavam o aparelho CPAP tiveram uma atenuação do encurtamento dos telômeros. Enquanto isso, naqueles que usavam o placebo, o marcador inflamatório TNF-α desempenhou um papel no comprimento dos telômeros.

Essa descoberta indica que além de sua conhecida eficácia na redução do risco cardiovascular e metabólico, o aparelho CPAP também diminui a inflamação e, consequentemente, atenua o encurtamento do telômero.

Isso significa que o uso do CPAP pode amenizar os danos causados pela doença. Isto é, ao regularizar a respiração, o aparelho previne as pausas respiratórias que desencadeiam o envelhecimento precoce.

Apneia do sono

Os principais sintomas da apneia do sono são:

  • ronco;
  • fadiga diurna;
  • diminuição da capacidade de concentração.

O diagnóstico requer um exame conhecido como polissonografia. Já o tratamento, além do uso de CPAP, costuma envolver mudança no estilo de vida, incluindo perda de peso, redução no consumo de álcool e de remédios para dormir.

As informações são de Julia Moióli, da Agência FAPESP.