Estudo americano revela como prevenir o Parkinson com mudanças simples no cotidiano

De acordo com especialistas, o Parkinson pode ser evitado em parte. Veja os dois principais fatores de risco que você pode controlar

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
15/04/2025 05:31 / Atualizado em 23/04/2025 11:57

Estudo associa fatores modificáveis à doença de Parkinson
Estudo associa fatores modificáveis à doença de Parkinson - iSTock/Jacob Wackerhausen

Pesquisadores da Universidade do Alabama identificam dois fatores que podem ser modificados para prevenir a doença.

Um estudo recente realizado por cientistas do Departamento de Neurologia da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos Estados Unidos, aponta que é possível reduzir o risco de desenvolver a doença de Parkinson ao controlar dois fatores específicos. A pesquisa envolveu 1.223 voluntários, sendo 808 pessoas diagnosticadas com Parkinson e 415 saudáveis. Os resultados foram publicados na renomada revista científica npj Parkinson’s Disease.

Golpes repetidos na cabeça e exposição a agrotóxicos

O estudo revela que, apesar de fatores como idade e genética não poderem ser alterados, existem condições que podem ser modificadas para evitar o Parkinson. De acordo com a pesquisa, os dois principais fatores de risco evitáveis estão relacionados a:

  • Golpes repetidos na cabeça: Atividades como esportes de contato, especialmente o futebol americano, estão associadas ao aumento do risco de Parkinson devido ao impacto constante na cabeça.
  • Exposição a herbicidas e pesticidas: A utilização de agrotóxicos em ambientes de trabalho ou no cotidiano também é um fator de risco significativo.
  • Esses fatores juntos correspondem a cerca de um terço dos casos diagnosticados entre homens e um quarto entre mulheres, de acordo com os dados da pesquisa.

A importância de reduzir fatores ambientais para prevenção

Os pesquisadores destacam que, embora a exposição a agrotóxicos já fosse um fator conhecido, a relação entre golpes repetidos na cabeça e a doença de Parkinson foi uma descoberta importante. A professora Haydeh Payami, autora principal do estudo, destaca que essa descoberta pode ser crucial na prevenção da doença. “Nosso estudo demonstrou que uma parte significativa dos casos de Parkinson no Sul dos EUA pode ser atribuída a esses fatores ambientais. Se eliminássemos os produtos químicos tóxicos e tornássemos os esportes de contato mais seguros, muitos casos poderiam ser evitados”, explica a especialista.

No entanto, os cientistas alertam que as conclusões do estudo não sugerem que as mudanças nos fatores de risco possam eliminar completamente todos os casos de Parkinson. Mesmo assim, eles indicam que uma quantidade considerável de diagnósticos poderia ser prevenida com a redução desses riscos.

 

 

Saiba como a caminhada é benéfica para retardar Parkinson

Pesquisas indicam que a prática regular de caminhada pode retardar os sintomas do Parkinson, melhorando a mobilidade e o equilíbrio. Estudos apontam que a atividade física favorece a neuroplasticidade, ajudando a desacelerar o avanço da doença e proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes. Clique aqui para saber mais.