Estudo da UFSCar revela ponto de virada da saúde no envelhecimento aos 60 anos

Um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que, após os 60 anos, os efeitos do envelhecimento se tornam mais visíveis no corpo. A pesquisa, realizada com 118 pessoas saudáveis de diferentes idades, mostrou que a partir dessa faixa etária ocorrem mudanças significativas na frequência cardíaca em repouso e na aptidão cardiorrespiratória. Ou seja, o corpo começa a enfrentar dificuldades na captação, transporte e consumo de oxigênio durante o exercício físico, impactando o funcionamento de sistemas essenciais como o respiratório e o cardiovascular.

Contudo, o estudo apontou que, apesar dessas perdas, algumas alterações metabólicas, como o aumento dos níveis de ácido hipúrico, podem estar ligadas a mecanismos que ajudam a mitigar os efeitos deletérios do envelhecimento. O ácido hipúrico, associado à diversidade da microbiota intestinal, desempenha um papel importante na saúde metabólica e pode ter um efeito protetor nas células do pâncreas.

Envelhecimento e o papel dos metabólitos no corpo

Os pesquisadores também descobriram que outros metabólitos, como os aminoácidos BCAAs, que auxiliam na síntese de proteínas, também apresentam mudanças durante o processo de envelhecimento. A redução desses aminoácidos essenciais pode ser uma estratégia do corpo para se preservar, evitando complicações metabólicas mais graves, como o câncer, associado à alta atividade anabólica.

A pesquisa destacou ainda que, mesmo em idosos saudáveis, o organismo sofre ajustes fisiológicos com o passar do tempo, o que ajuda a manter o equilíbrio. Porém, com o envelhecimento, esses mecanismos tornam-se limitados, o que justifica a importância de entender como os diferentes sistemas orgânicos interagem nesse processo.

Essas descobertas abrem caminho para novas estratégias no combate aos efeitos do envelhecimento, oferecendo insights para a melhoria da qualidade de vida na terceira idade.