Estudo de Harvard aponta solidão prolongada como gatilho para AVC

Acompanhamento de até 12 anos revela que a solidão persistente é tão perigosa quanto fatores tradicionais de saúde

Por Wallace Leray em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
21/06/2025 10:33

Um estudo da Escola de Saúde Pública T.H. Chan (Harvard) revelou que a solidão persistente é um fator de risco significativo para Acidente Vascular Cerebral (AVC) em pessoas com 50 anos ou mais. A pesquisa acompanha 8.900 voluntários sem histórico anterior de AVC por até 12 anos, mostrando que quem relatou solidão constante apresenta 56% mais chance de ter um derrame, mesmo após ajustes para depressão, sedentarismo ou exclusão social.

Estudo de Harvard aponta solidão prolongada como gatilho para AVC
Estudo de Harvard aponta solidão prolongada como gatilho para AVC - iSTock/Nes

Solitário por muito tempo: perigo real

Os dados indicam que a solidão ocasional — decorrente de eventos como mudanças ou perdas — não eleva o risco de AVC. Já a solidão crônica, monitorada em duas avaliações com quatro anos de diferença, foi associada a 601 casos de derrame entre os participantes cronicamente solitários. Entre aqueles sem solidão persistente, os casos foram muito menores.

Mecanismos e prevenção

Especialistas consideram a solidão crônica um fator de risco independente para AVC, reforçando que seu impacto é direto no sistema cerebral, e não apenas via depressão catracalivre.com.br. Intervenções como estímulo de redes de apoio social, programas comunitários para idosos e diagnósticos médicos rotineiros que avaliem isolamento emocional são apontados como estratégias eficazes.