Estudo descobre reveladora relação entre sexo e asma

Segundo a pesquisa, o ato sexual pode ser o gatilho não identificado para o surgimento da crise respiratória

08/09/2023 01:00

Atividade sexual acelera os batimentos cardíacos e faz a respiração ficar curta e acelerada, deixando a sensação de falta de fôlego  – iStock/Getty Images
Atividade sexual acelera os batimentos cardíacos e faz a respiração ficar curta e acelerada, deixando a sensação de falta de fôlego  – iStock/Getty Images - Getty Images/iStockphoto

Crises de asma podem estar associadas à prática de sexo, sugere estudo divulgado pela American College of Alergy, Asthma and Immonology (ACAAI). Segundo a pesquisa, o ato sexual pode ser o gatilho não identificado para o surgimento da crise respiratória.

A descoberta foi apresentada na reunião científica anual do centro de estudo de alergia em Arlington Heights, nos Estados Unidos. “Queríamos investigar se estudos de caso sobre crises de asma mencionavam a atividade sexual como uma possível causa”, disse o alergista Ariel Leung, principal autor do estudo.

A asma é uma condição em que as vias aéreas ficam inflamadas, estreitas e inchadas, dificultando a passagem do ar para os pulmões. “Muitas pessoas não percebem que o gasto de energia da atividade sexual é equivalente a subir dois lances de escada. Os casos relatados são pouco frequentes, possivelmente porque aqueles que sofrem um surto de asma podem não perceber o gatilho”, explica Leung.

Para chegar ao resultado observado, os autores recorreram banco de dados PUBMED para pesquisar uma variedade de palavras-chave, incluindo “relação sexual OU asma de lua de mel OU comportamento sexual E alergia OU reação alérgica”.

O que se concluiu?

A partir do cruzamento de dados, o experimento identificou relação entre atividade sexual e crises de asma. Isso porque, como em qualquer atividade física mais intensa, o sexo acelera os batimentos cardíacos e faz a respiração ficar curta e acelerada, deixando a sensação de falta de fôlego.

Embora todos os fatores citados possam ser considerados estopim para crises de asma, para o alergista e coautor do estudo, Dr. Am Aminian, é possível que essa relação seja subnotificada em razão da natureza íntima do assunto. “As pessoas podem não se sentir à vontade para discutir com seu alergista uma crise de asma causada pelo sexo. Mas os alergistas são especialistas no diagnóstico, tratamento e manejo da asma. Se alguém pudesse orientar um paciente sobre como evitar uma crise de asma no futuro, seria o alergista. Quando a asma induzida por atividade sexual é identificada e tratada adequadamente, os alergistas são mais capazes de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes”.

Crise de asma durante o sexo: é possível evitá-la?

O asmático precisa ter alguns cuidados para prevenir a crise durante a relação sexual.

“A fisiopatologia da asma induzida por relações sexuais espelha a asma induzida por exercícios, então faz sentido que seu tratamento seja semelhante. Assim, recomendamos que os pacientes tomem seu inalador com a medicação contra ataques cerca de 30 minutos antes da relação sexual para evitar uma crise de asma”, aconselha Aminian.