Estudo desmonta teoria de ligação entre tristeza e câncer

Pesquisadores afirmam que depressão e ansiedade não aumentam significativamente o risco de desenvolver a maioria dos tipos de câncer

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da University Medical Center Groningen, na Holanda, contesta a teoria popular de que a tristeza pode levar ao desenvolvimento do câncer.

A pesquisa, que se baseia em dados de aproximadamente 320 mil adultos da Holanda, Reino Unido, Noruega e Canadá, visa dissipar a suposição que, embora nunca completamente comprovada, é amplamente aceita.

Estudo desmonta teoria de ligação entre tristeza e câncer
Créditos: iSTock
Estudo desmonta teoria de ligação entre tristeza e câncer

O artigo, publicado na revista Cancer, da Sociedade Americana de Câncer, na última segunda-feira, 7, elabora a falta de ligação entre o desenvolvimento de tumores e estados emocionais depressivos e ansiosos.

Qual foi a análise?

Ao avaliar as informações dos pacientes coletadas no inquérito internacional PSY-CA (Psychosocial Factors and Cancer Incidence), os pesquisadores não encontraram associações significativas que demonstrassem ansiedade e depressão como fatores de risco para a maioria dos tumores, como mama, próstata e colorretal.

Existe alguma exceção?

As únicas exceções foram observadas nos diagnósticos de câncer de pulmão e de garganta, onde depressão e/ou ansiedade resultaram em taxas mais elevadas de risco.

Entretanto, essa relação foi enfraquecida significativamente quando outros fatores de risco para o câncer – como tabagismo, uso de álcool e índice de massa corporal – também foram considerados.

Por que esses resultados são importantes?

Os resultados sugerem que a depressão e a ansiedade não têm relação significativa com o risco aumentado para a maioria dos tipos de câncer, com exceção daqueles relacionados ao tabagismo, como câncer de pulmão.

Consequentemente, os autores do estudo acreditam que suas descobertas podem trazer um alívio para muitos pacientes que atribuíram o seu diagnóstico de câncer a episódios anteriores de depressão e ansiedade.

“Nossos resultados podem ser um alívio para muitos pacientes com câncer que acreditam que seu diagnóstico é atribuído à ansiedade ou depressão anteriores”, afirma Lonneke A. van Tuijl, pesquisadora da University Medical Center Groningen.

Independente da origem dessas concepções, é fundamental que a população esteja informada e consciente, baseada em informações cientificas validadas, para não alimentar teorias sem comprovação e desmistificar falsas verdades.