Estudo diz que cannabis melhora tratamento do autismo

Confira as últimas descobertas de uma pesquisa brasileira que destaca o uso personalizado de extrato de cannabis no tratamento de pessoas com TEA

Uma pesquisa recente no Brasil apresentou descobertas significativas indicando que o uso personalizado de extrato de cannabis pode desempenhar um papel benéfico no tratamento de indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA). Os estudos observaram melhorias em diversos sintomas importantes relacionados ao autismo.

Estudo diz que cannabis melhora tratamento do autismo
Créditos: iSTock
Estudo diz que cannabis melhora tratamento do autismo

Tratamento de autismo personalizado com cannabis

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outras instituições colaborativas resultou na publicação do estudo na revista Frontiers in Psychiatry. A pesquisa envolveu 20 pacientes autistas que foram submetidos a tratamentos com extratos de cannabis de origem brasileira.

Os tratamentos foram ministrados com extrema personalização, adaptando as dosagens individualmente de acordo com a resposta de cada paciente ao tratamento.

Leandro Ramires, diretor médico-científico da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (AMA+ME), destacou a importância da individualização da prescrição no uso medicinal de extrato de cannabis, ressaltando que isso é viável quando os responsáveis pela transformação da biomassa em medicamento podem produzir produtos altamente personalizados.

Autismo e cannabis: uma relação promissora?

Dado o impacto substancial dos distúrbios do espectro autista na qualidade de vida dos pacientes e suas famílias, a busca por terapias eficazes é de grande importância.

Embora a pesquisa sobre o uso terapêutico da cannabis para esses pacientes remonte a várias décadas, ainda não há um consenso estabelecido sobre diretrizes de tratamento até o momento.

Os benefícios do extrato de cannabis no tratamento do autismo

Neste estudo recente, os 20 pacientes receberam doses diárias de canabidiol (CBD) e tetraidrocanabinol (THC) ao longo de seis meses. Essas doses foram ajustadas com base nos resultados do tratamento e em avaliações clínicas periódicas. Esse modelo permitiu a criação de um protocolo que pode aumentar as chances de beneficiar mais pessoas com esse tratamento.

Os pacientes ou seus cuidadores foram solicitados a preencher um questionário detalhado que avaliava os principais sintomas e a qualidade de vida. Os resultados indicam que 18 dos 20 pacientes experimentaram melhorias na maioria dos sintomas relacionados ao autismo. Isso incluiu um aumento na autonomia, melhora na alimentação, maior concentração e outros benefícios.

Essas melhorias nos sintomas resultaram em uma melhoria na qualidade de vida tanto dos pacientes quanto de suas famílias e cuidadores. De acordo com o pesquisador Ramires, a função da cannabis não é sedar os pacientes, como muitos podem pensar, mas sim permitir que eles se envolvam de maneira mais ativa com o mundo ao seu redor.

Os dados deste estudo revelaram que a abordagem no mundo real proporcionou uma compreensão mais clara dos benefícios que o extrato de cannabis pode oferecer aos pacientes com TEA e suas famílias, trazendo uma nova esperança para o tratamento desses pacientes.