Descoberta científica ensina a evitar o surgimento de rugas

Os pesquisadores estão focados nos processos de formação da pele, com potencial para retardar sinais de envelhecimento, como rugas

18/10/2024 14:33

Como evitar rugas na pele?
Como evitar rugas na pele? - iStock/Zanuck

Pesquisadores de um projeto internacional estão focados no entendimento da formação da pele humana, um passo importante para desenvolver maneiras de retardar os sinais de envelhecimento, como as rugas.

Um dos maiores avanços foi a descoberta de como as células-tronco são responsáveis pela criação da pele, incluindo como essas células se desenvolvem no feto e como a pele adulta é formada.

Essa descoberta não só abre portas para combater o envelhecimento da pele, mas também pode ser aplicada para criar pele artificial em laboratório, útil para transplantes e até mesmo para prevenir cicatrizes. Além disso, o estudo pode ajudar a tratar doenças de pele e a manter a saúde da pele por mais tempo.

O que é o “Atlas das Células Humanas”?

O projeto “Atlas das Células Humanas”, que está concentrado no Instituto Wellcome Sanger, em Cambridge, no Reino Unido, é um dos estudos mais ambiciosos da biologia moderna.

Seu objetivo é entender como o corpo humano se desenvolve, célula por célula, e como as diferentes partes do corpo se formam ao longo do tempo.

Esse estudo está realizando uma análise minuciosa das células em diversas partes do corpo humano. Em oito anos de estudo, já foram estudadas mais de 100 milhões de células e os pesquisadores estão começando a publicar os resultados, criando atlas detalhados sobre órgãos como o cérebro e os pulmões. Agora, estão focados em entender a pele e outros órgãos.

Como as células-tronco ajudam na formação da pele?

Conforme os estudiosos, quando o óvulo é fecundado, as células humanas inicialmente são todas iguais, mas, ao longo do desenvolvimento fetal, essas células começam a se especializar.

A pesquisa revelou como as células-tronco, no início do desenvolvimento, se organizam e se transformam na pele, o maior órgão do corpo humano.

Usando substâncias químicas para ativar e desativar genes específicos, os cientistas conseguiram, com sucesso, recriar pequenas amostras de pele em laboratório.

Os pesquisadores basicamente desvendaram o conjunto de instruções necessárias para gerar a pele humana e compartilharam suas descobertas na revista científica Nature.

Como essa descoberta pode evitar rugas?

Ao entender como a pele se forma e se regenerada durante o desenvolvimento, os cientistas acreditam que é possível manipular essas células na vida adulta.

Isso pode ajudar a prevenir o envelhecimento, como o aparecimento de rugas, ao controlar os processos celulares que causam o envelhecimento da pele.

A pesquisadora Muzlifah Haniffa, uma das líderes do estudo, explicou que a técnica pode ser usada para manter órgãos e tecidos mais jovens, além de evitar o aparecimento de rugas.

“Se conseguirmos entender como as células mudam desde seu desenvolvimento inicial até o envelhecimento na idade adulta, podemos então tentar dizer: ‘Como posso rejuvenescer os órgãos, deixar o coração mais jovem, tornar a pele mais jovem?”, explicou.

Quais são as possíveis aplicações dessa técnica?

Além de ajudar contra o surgimento de rugas, essa tecnologia pode ter várias outras aplicações práticas, como:

  • Tratamento de queimaduras: a pele gerada em laboratório pode ser usada para pacientes com queimaduras, oferecendo uma alternativa aos tratamentos tradicionais e possibilitando transplantes de pele.
  • Prevenção de cicatrizes: a descoberta pode ser aplicada para evitar a formação de cicatrizes durante a regeneração da pele, algo que também pode ser usado em cirurgias.
  • Crescimento de cabelo: a pesquisa possibilita a criação de folículos capilares em laboratório, o que pode ajudar a restaurar o cabelo em pessoas com calvície.
  • Estudo de doenças de pele hereditárias: com a criação de pele em laboratório, os cientistas podem testar novos tratamentos para doenças de pele e entender como essas condições se desenvolvem.

Essa pesquisa ainda está em suas fases iniciais, mas oferece uma perspectiva promissora para a medicina do futuro.

 

* Informações com base no artigo da BBC.