Estudo global indica que solteiros têm mais risco de depressão

Estudo analisou um universo impressionante de 106.556 adultos distribuídos em sete países; confira o resultado

05/02/2025 13:00

Os efeitos e riscos da solidão na saúde e longevidade – iStock/doidam10
Os efeitos e riscos da solidão na saúde e longevidade – iStock/doidam10 - iStock/doidam10

Uma pesquisa inovadora, publicada na renomada revista Nature Human Behavior, lança luz sobre um fenômeno intrigante: estar solteiro pode aumentar consideravelmente o risco de depressão.

O estudo, conduzido por especialistas em saúde mental, analisou um universo impressionante de 106.556 adultos distribuídos em sete países: Estados Unidos, Reino Unido, México, Irlanda, Coreia do Sul, China e Indonésia.

Os participantes foram monitorados por um período que variou entre quatro e 18 anos, compondo uma amostra representativa de aproximadamente 541 milhões de adultos, o equivalente a cerca de 10% da população adulta global. Utilizando questionários de autorrelato para medir sintomas depressivos, os pesquisadores identificaram padrões significativos sobre a relação entre estado civil e saúde emocional.

O que a ciência descobriu?

Os números impressionam: indivíduos solteiros apresentam um risco 80% maior de desenvolver sintomas depressivos em comparação aos casados.

Para os divorciados ou separados, esse risco sobe para 99%, enquanto viúvos enfrentam uma probabilidade 64% maior de sofrer com depressão.

O impacto do estado civil sobre a saúde mental também revela diferenças de gênero: homens solteiros ou separados são mais vulneráveis ao sofrimento emocional do que as mulheres na mesma condição. E mais: quanto maior o nível educacional, maior parece ser a incidência de sintomas depressivos entre os solteiros, especialmente entre os homens.

O que faz o casamento ser um fator protetor contra a depressão?

Os especialistas sugerem que a relação conjugal proporciona suporte social mútuo, estabilidade econômica e uma influência positiva no bem-estar emocional dos parceiros. Além disso, as mulheres, de modo geral, contam com redes de apoio social mais amplas e consolidadas do que os homens, o que pode explicar parte dessa diferença de vulnerabilidade emocional entre os gêneros.

A pesquisa destaca a importância de se aprofundar nesse tema para compreender melhor os fatores que contribuem para a depressão e como abordagens específicas podem ser adotadas para diferentes perfis sociais. Essas descobertas podem ser fundamentais para a formulação de políticas públicas mais eficazes na prevenção da depressão e na promoção da saúde mental.

O que é a depressão?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 5% dos adultos no mundo vivem com transtorno depressivo maior. A depressão não se resume a momentos passageiros de tristeza: trata-se de um estado persistente de humor deprimido, marcado pela perda de interesse em atividades antes prazerosas, sentimento de vazio ou irritabilidade.

Para ser diagnosticado como um episódio depressivo, os sintomas devem persistir quase diariamente por pelo menos duas semanas.

Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • Dificuldade de concentração;
  • Sentimentos de culpa excessiva ou baixa autoestima;
  • Desesperança em relação ao futuro;
  • Pensamentos recorrentes sobre morte ou suicídio;
  • Problemas no sono (insônia ou excesso de sono);
  • Mudanças no apetite ou peso;
  • Fadiga constante.

Compreender os fatores de risco da depressão e sua relação com diferentes aspectos da vida social e emocional é um passo essencial para criar estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes.

A ciência continua a investigar e oferecer respostas, mas o cuidado com a saúde mental deve ser um compromisso de toda a sociedade.

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