Estudo identifica novo sinal precoce de Alzheimer; saiba qual

Cientistas da Suécia encontraram um indicativo que pode ajudar no diagnóstico precoce de Alzheimer

Alzheimer: estudo aponta sinal precoce da doença no cérebro
Créditos: iStock/Naeblys
Alzheimer: estudo aponta sinal precoce da doença no cérebro

Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, encontraram um indicativo inicial da doença de Alzheimer que pode revolucionar a forma como diagnósticos ocorrem atualmente.

Eles descobriram que um aumento no metabolismo das mitocôndrias em uma parte do cérebro, conhecida como hipocampo, pode ser um sinal do desenvolvimento da doença.

A pesquisa, publicada na revista científica Molecular Psychiatry, mostra que esse indicativo pode auxiliar na detecção precoce da doença, permitindo a aplicação de tratamentos que retardem a progressão dos sintomas.

Aumento no metabolismo do hipocampo

“Essa doença começa a se desenvolver 20 anos antes do início dos sintomas, por isso é importante detectá-la precocemente. Especialmente tendo em conta os medicamentos retardadores que estão começando a chegar. Alterações metabólicas podem ser um fator diagnóstico importante nisso”, explica Per Nilsson, professor do Instituto Karolinska.

Para a realização do estudo, os cientistas utilizaram camundongos com um modelo de Alzheimer semelhante ao de humanos.

Nesses animais, os pesquisadores observaram um aumento do metabolismo nas mitocôndrias durante a fase jovem, seguido por alterações nas sinapses cerebrais, que perturbaram o sistema de descarte de substâncias conhecido como autofagia.

Novas perspectivas para o tratamento

Segundo os pesquisadores, as mudanças no metabolismo das mitocôndrias podem ser identificadas antes mesmo do acúmulo das placas de proteína beta-amiloide, característica comum na doença de Alzheimer.

Isso abre possibilidades para novos métodos de tratamento, focados em estabilizar a função mitocondrial e autofágica para retardar o avanço da doença.

Além disso, o estudo traz luz à importância do diagnóstico precoce, indispensável para a aplicação de medicamentos retardadores, que por enquanto atuam apenas em estágios iniciais da doença e com limitações.

Em um cenário onde a doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência na população, a descoberta representa um grande avanço.