Estudo internacional lista as 30 bactérias que mais matam no mundo

OMS estima que, anualmente, 700 mil pessoas morrem por conta de infecções causadas por bactérias

Em 2019, apenas as doenças cardíacas mataram mais pessoas do que as infecções causadas por bactérias, aponta especialistas – iStock/Getty Images – iStock/Getty Images
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Em 2019, apenas as doenças cardíacas mataram mais pessoas do que as infecções causadas por bactérias, aponta especialistas – iStock/Getty Images – iStock/Getty Images

Considerada a segunda principal causa de morte em todo o mundo, as infecções provocadas por bactérias ganharam espaço na prateleira de estudos em diferentes correntes da medicina.

Um enorme programa de pesquisa que envolve milhares de cientistas na maioria dos países, intitulado Global Burden of Disease, levantou 30 bactérias comumente relatadas em infecções e avaliou quantas mortes estão associadas a elas.

Ao todo, o levantamento observou 7,7 milhões de mortes causadas por bactérias,  o que significa que uma em cada oito mortes pode estar ligada a esse microrganismos.

Cinco bactérias concentraram mais da metade dos casos de óbito, de acordo com o estudo. São elas: staphylococcus aureus, E. coli, pneumococo, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. Enquanto as mortes restantes foram causadas por outras 28 infecções bacterianas menos comuns.

Para além dos efeitos de análise, o estudo abre caminho para medidas práticas que visam financiamento de novos estudos e criação de vacinas que possam reduzir o número de mortes.

A pesquisa também observou que, em casos graves, os antibióticos não funcionam mais. Isso porque, alegam os especialistas, as infecções bacterianas podem desencadear uma doença potencialmente grave, conhecida como sepse, desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo e potencialmente fatal.

Resistência bacteriana

Complexas e multifacetadas, as causas da resistência antimicrobiana incluem o aumento do uso inadequado de antibióticos e outros antimicrobianos, que contribuem para maior resistência das bactérias, tornando os remédios ineficazes no longo prazo.

A azitromicina, por exemplo, antibiótico amplamente utilizado no chamado “Kit Covid”, teve um aumento de 105% nas vendas durante o início da pandemia, mesmo não tendo qualquer comprovação científica de que prevenisse a doença causada pelo novo coronavírus.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 700 mil pessoas morram todos os anos de infecções não tratáveis, causadas por bactérias resistentes. Ainda de acordo com o órgão, em 2050, o número de mortes causadas por infecções resistentes a antibacterianos irá superar os óbitos causados por câncer.