Estudo questiona eficácia de mamografias após os 70 anos
Descubra a controvérsia por trás das mamografias para idosas
Um novo estudo realizado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, levantou questões sobre os benefícios da realização periódica de mamografias para mulheres com mais de 70 anos.
Segundo as pesquisas, este exame de rastreamento poderia levar a um maior diagnóstico de tumores que não causariam qualquer sintoma. Além disso, pode trazer mais prejudícios do que benefícios para as pacientes.
A controvérsia do exame de mamografia após os 70 anos
Rastrear o câncer de mama com mamografias regulares é uma prática comum e, muitas vezes, recomendável pois permite a detecção de doenças em estágios iniciais, o que possibilita melhores chances de sucesso no tratamento. Entretanto, o estudo apontou que essa estratégia pode ser mais prejudicial do que benéfica para mulheres com 70 anos ou mais.
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De acordo com o estudo, mulheres nessa faixa etária que passaram por mamografias eram mais propensas a serem diagnosticadas com tumores. Entretanto, muitos desses tumores não ofereciam riscos à saúde das pacientes. A triagem, enquanto visa detectar uma doença em estágio precoce, pode acabar levando a tratamentos desnecessários e aos encargos financeiros e emocionais que acompanham esses procedimentos.
Os possíveis malefícios da triagem
Além do risco de sobrediagnóstico, a triagem nessa faixa etária pode trazer outras complicações, como falsos positivos que geram a necessidade de mais testes e procedimentos invasivos. Atualmente, as diretrizes clínicas aconselham a realização da mamografia para rastreamento do câncer de mama a cada dois anos a partir dos 50 anos. Entretanto, não está claro o equilíbrio entre os benefícios e malefícios desse rastreamento em mulheres com mais de 70 anos.
Entendendo o sobrediagnóstico
No estudo publicado recentemente, pesquisadores analisaram mais de 54 mil mulheres com idades a partir dos 70 anos. Descobriu-se que o risco de sobrediagnóstico aumentava significativamente com a idade. Entre as mulheres de 70 a 74 anos, cerca de 31% tinham diagnóstico excessivo. Em mulheres de 74 a 84 anos, essa taxa subiu para 47% e, para mulheres com 85 anos ou mais, chegou a 54%.
Além dos altos índices de sobrediagnóstico, os pesquisadores constataram que não houve uma redução significativa na taxa de mortalidade específica por câncer de mama entre as mulheres que passaram pela triagem nessa faixa etária. Assim, o estudo sugere que o sobrediagnóstico deve ser levado em consideração ao tomar decisões de triagem, em conjunto com os possíveis benefícios da triagem.