Estudo revela como a musculação melhora a depressão em idosos

Pesquisadores brasileiros destacam o impacto positivo da musculação na saúde mental de idosos, reduzindo a depressão

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
16/10/2024 23:30 / Atualizado em 31/10/2024 13:31

Musculação ajuda a aliviar sintomas de depressão e ansiedade em idosos
Musculação ajuda a aliviar sintomas de depressão e ansiedade em idosos - iStock/Anna Frank

Um estudo recente conduzido por pesquisadores brasileiros trouxe à tona os benefícios da musculação na saúde mental dos idosos. Publicado na revista Psychiatry Research, o estudo analisou mais de 200 artigos e confirmou que a prática de exercícios de força pode reduzir significativamente os sintomas de depressão e ansiedade.

Os resultados são especialmente promissores para idosos que já possuem diagnósticos confirmados dessas condições.

A pesquisa também destacou que, além de fortalecer o corpo, a musculação contribui para o bem-estar emocional, auxiliando na promoção de um envelhecimento saudável.

Segundo Paolo Cunha, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, a perda natural de força muscular com o avanço da idade pode estar associada ao aumento de problemas de saúde mental.

A prática regular de musculação ajuda a reverter esse quadro ao promover mudanças funcionais no corpo, que são controladas pelo cérebro.

Frequência ideal para treinar

O estudo também abordou a frequência recomendada para a musculação em idosos.

Para alcançar melhores resultados na saúde mental, os pesquisadores sugerem treinos de força três vezes por semana, com três séries de cada exercício.

A prática em grupo foi destacada como uma maneira de aumentar a interação social, o que, por sua vez, promove um impacto ainda mais positivo na saúde mental.

Outro ponto importante levantado pelos pesquisadores é o tipo de equipamento utilizado.

O uso de máquinas de musculação é mais eficiente em comparação a métodos que usam bandas elásticas ou o peso do próprio corpo, já que permitem um controle maior da intensidade e volume dos exercícios.

Lacunas e futuros estudos

Embora os resultados sejam encorajadores, os pesquisadores reconhecem que ainda há muito a ser explorado sobre a relação entre musculação e saúde mental.

A maioria dos estudos revisados envolveu um número pequeno de participantes, o que limita a compreensão de como os efeitos se manifestam em grande escala.

Em paralelo, Paolo Cunha está desenvolvendo um novo projeto para investigar o impacto do sedentarismo prolongado sobre a função vascular e cognitiva de idosos, buscando entender mais a fundo esses mecanismos.