Estudo revela ligação entre personalidade e risco de demência

Traços de personalidade afetam o risco de demência, mas sem ligação direta aos danos cerebrais

16/09/2024 07:21

Estudo comparou os diagnósticos de demência com os “cinco grandes” traços de personalidade. Saiba quais te colocam em maior risco da doença.
Estudo comparou os diagnósticos de demência com os “cinco grandes” traços de personalidade. Saiba quais te colocam em maior risco da doença. - AndrewLozovyi/DepositPhotos

Um estudo recente publicado na revista Alzheimer’s and Dementia, da Alzheimer’s Association, identificou uma relação entre certos traços de personalidade e o risco de desenvolver demência. Os pesquisadores analisaram dados de mais de 44 mil pessoas, com idades entre 49 e 81 anos, oriundos de oito estudos menores. Desses, 1.703 indivíduos foram diagnosticados com demência ao longo do tempo. A pesquisa focou nos chamados “cinco grandes” traços de personalidade: abertura a experiências, conscienciosidade, extroversão, amabilidade e neuroticismo.

Os resultados mostraram que pessoas com altos níveis de neuroticismo e afeto negativo — características associadas a emoções como ansiedade e nervosismo — têm maior risco de desenvolver demência. Por outro lado, traços como conscienciosidade, extroversão e afeto positivo demonstraram um efeito protetor, reduzindo as chances de diagnóstico da doença.

Efeitos dos traços de personalidade na saúde cerebral

Apesar da relação entre personalidade e o risco de demência, os pesquisadores não encontraram uma correlação consistente entre esses traços e os danos cerebrais típicos da demência, como aqueles observados na doença de Alzheimer. Pessoas com maior predisposição ao neuroticismo, por exemplo, não apresentavam, necessariamente, mais sinais físicos de demência no cérebro.

Essa descoberta sugere que, embora certos traços de personalidade possam influenciar o risco de demência, eles não estão diretamente ligados aos danos cerebrais observados na progressão da doença. A pesquisa destacou ainda que a abertura a novas experiências, o afeto positivo e a satisfação com a vida podem oferecer alguma proteção contra o diagnóstico de demência.

Os autores concluíram que esses traços de personalidade podem ajudar a identificar precocemente indivíduos com maior risco de demência, possibilitando estratégias de tratamento mais eficazes e personalizadas.