Estudo revela ligação entre sangue do cordão umbilical e autismo

Pesquisa indica que o composto diHETrE no sangue do cordão pode prever autismo

02/11/2024 05:33

Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical.
Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical. - Simon Dannhauer/iStock

Um novo estudo da Universidade de Fukui revela uma potencial ligação entre os ácidos graxos no sangue do cordão umbilical e o autismo, abrindo novas perspectivas para a compreensão da condição.

Níveis de diHETrE e suas implicações no transtorno do espectro autista

Os pesquisadores descobriram que um composto específico no sangue do cordão umbilical, denominado diHETrE, pode influenciar a gravidade do transtorno do espectro autista (TEA).

A análise foi realizada em amostras coletadas imediatamente após o nascimento de 200 crianças. A pesquisa associou níveis elevados de diHETrE a dificuldades nas interações sociais, enquanto concentrações mais baixas estavam ligadas a comportamentos repetitivos e restritivos, com uma correlação mais marcante em meninas.

O Estudo e suas potenciais aplicações

A equipe de pesquisa coletou amostras de sangue do cordão umbilical e, anos depois, avaliou os sintomas de TEA nas crianças, quando elas tinham 6 anos, através de entrevistas com suas mães.

Os resultados sugerem que a medição dos níveis de diHETrE ao nascimento pode ser uma ferramenta valiosa para prever o risco de desenvolvimento de TEA.

Além disso, os cientistas indicam que inibir o metabolismo desse composto durante a gestação pode ajudar a prevenir características do autismo, embora mais investigações sejam necessárias para confirmar essas hipóteses.

Os achados foram publicados na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences.

O que é autismo?

O autismo, conhecido como transtorno do espectro autista, abrange um conjunto diversificado de condições que afetam o desenvolvimento cerebral.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 em cada 100 crianças é diagnosticada com autismo.

As necessidades e habilidades das pessoas autistas variam amplamente e podem mudar ao longo do tempo. Algumas podem levar uma vida independente, enquanto outras necessitam de cuidados contínuos.