Estudo revela método para prevenir o aparecimento de rugas

Ao desvendar os processos de formação e regeneração da pele, os cientistas acreditam que será possível manipular essas células na vida adulta

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
13/02/2025 23:00 / Atualizado em 25/02/2025 15:16

Ao desvendar os processos de formação e regeneração da pele, os cientistas acreditam que será possível manipular essas células na vida adulta – Crédito:Creative Credit/iStock
Ao desvendar os processos de formação e regeneração da pele, os cientistas acreditam que será possível manipular essas células na vida adulta – Crédito:Creative Credit/iStock - Getty Images

Pesquisadores de um consórcio internacional estão aprofundando seus estudos sobre a formação da pele humana, um avanço essencial para desenvolver estratégias capazes de retardar os sinais do envelhecimento, como as rugas.

Entre os marcos mais significativos da pesquisa, destaca-se a compreensão do papel das células-tronco na criação da pele. O estudo detalha como essas células se desenvolvem no feto e como contribuem para a formação da pele na fase adulta.

Essa descoberta abre novos horizontes não apenas para a desaceleração do envelhecimento cutâneo, mas também para a produção de pele artificial em laboratório. Essa inovação pode ser aplicada em transplantes, na prevenção de cicatrizes e no tratamento de doenças dermatológicas, promovendo uma maior longevidade e saúde da pele.

O que é o “Atlas das Células Humanas”?

O projeto “Atlas das Células Humanas”, conduzido no Instituto Wellcome Sanger, em Cambridge, Reino Unido, é um dos empreendimentos mais ambiciosos da biologia moderna.

Seu propósito é mapear, célula por célula, o desenvolvimento do corpo humano, compreendendo como os diferentes órgãos e tecidos se estruturam ao longo do tempo.

Com uma análise detalhada de células provenientes de diversas partes do organismo, o projeto já catalogou mais de 100 milhões de células ao longo de oito anos de estudo. Os primeiros resultados começaram a ser publicados, oferecendo atlas detalhados de órgãos como o cérebro e os pulmões. Atualmente, os esforços estão voltados para a pele e outros tecidos.

O papel das células-tronco na formação da pele

Desde a fecundação, as células humanas começam como estruturas idênticas, mas, com o progresso do desenvolvimento fetal, passam por processos de especialização.

A pesquisa revelou os mecanismos pelos quais as células-tronco se organizam e diferenciam para formar a pele, que é o maior órgão do corpo humano.

Utilizando compostos químicos para ativar e desativar genes específicos, os cientistas conseguiram replicar pequenas amostras de pele em laboratório, essencialmente decifrando as instruções biológicas necessárias para sua geração. As descobertas foram publicadas na prestigiada revista científica Nature.

Como essa descoberta pode retardar o envelhecimento da pele?

Ao desvendar os processos de formação e regeneração da pele, os cientistas acreditam que será possível manipular essas células na vida adulta.

Esse conhecimento pode levar ao desenvolvimento de métodos para retardar o envelhecimento cutâneo, prevenindo o surgimento de rugas ao regular os processos celulares que degradam a estrutura da pele.

A pesquisadora Muzlifah Haniffa, uma das líderes do estudo, sugere que essa tecnologia pode ser utilizada não apenas para manter a pele jovem, mas também para preservar a vitalidade de outros órgãos e tecidos. “Se entendermos como as células evoluem desde o desenvolvimento inicial até o envelhecimento, podemos explorar maneiras de rejuvenescer órgãos como o coração e a pele”, afirmou.

Aplicações futuras dessa tecnologia
Além da prevenção do envelhecimento, as descobertas desse estudo podem trazer benefícios para diversas áreas da medicina regenerativa, incluindo:

Tratamento de queimaduras: a pele cultivada em laboratório pode ser utilizada como enxerto para pacientes com queimaduras graves, ampliando as opções terapêuticas disponíveis.

  • Prevenção de cicatrizes: a tecnologia pode permitir uma regeneração cutânea mais eficiente, reduzindo a formação de cicatrizes pós-cirúrgicas ou decorrentes de ferimentos. 
  • Estimulação do crescimento capilar: a criação de folículos capilares em laboratório pode oferecer soluções para a calvície e outras condições relacionadas à perda de cabelo.

Estudo de doenças genéticas da pele: com a produção de tecidos artificiais, torna-se possível testar novos tratamentos para doenças hereditárias e aprofundar a compreensão sobre seu desenvolvimento.

Embora ainda esteja em fase inicial, essa pesquisa abre caminho para um futuro promissor, com impactos significativos na medicina regenerativa e na qualidade de vida da população.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre 

A dengue está entre as doenças virais transmitidas por mosquitos mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é endêmica em mais de 100 países e causa cerca de 390 milhões de infecções a cada ano.

Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou produzam apenas doenças leves, a dengue pode ocasionalmente causar doenças mais graves e até morte. Conheça os sintomas e saiba o que fazer.