Estudo revela novos fatores de risco da demência

Um estudo recente destaca os fatores de risco para demência, incluindo diabetes, poluição do ar e consumo excessivo de álcool

Uma pesquisa pioneira conduzida pelo renomado Departamento de Neurociências Clínicas de Nuffield, na Universidade de Oxford, revelou novos fatores de risco associados à demência.

Após analisar dados de saúde de mais de 40.000 britânicos com mais de 45 anos, especialistas identificaram diabetes, poluição do ar e consumo excessivo de álcool como principais fatores de risco para demência, especialmente associada à doença de Alzheimer.

Os pesquisadores identificaram uma “zona de fragilidade” no cérebro através do exame do banco de dados médico britânico Biobank.

Esta área é caracterizada por regiões de função superior, que são as últimas a se desenvolver na adolescência e as primeiras a demonstrar sinais de degeneração na terceira idade.

O estudo recente publicado na revista Nature amplia a compreensão sobre a influência de fatores genéticos e comportamentais modificáveis em segmentos vulneráveis do cérebro.

Estudo revela novos fatores de risco da demência
Créditos: Depositphotos/Andreus
Estudo revela novos fatores de risco da demência

Como os hábitos de vida influenciam a saúde do seu cérebro?

Revelando a existência de 161 variáveis de risco para a demência, os cientistas categorizaram-nas em 15 grupos principais, incluindo pressão arterial, colesterol, entre outros.

“Esses fatores, sendo modificáveis, sugerem uma janela de oportunidade para intervenções ao longo da vida que podem ajudar a mitigar o risco de desenvolvimento da demência”, esclarece Gwenaëlle Douaud, pesquisadora-chefe do estudo.

A pesquisa destaca a importância de um olhar abrangente sobre as múltiplas dimensões que influenciam a saúde cerebral, um enfoque endossado por Anderson Winkler, coautor do estudo.

“Ao entender como cada comportamento ou condição de saúde contribui singularmente para a degeneração cerebral, podemos traçar estratégias mais eficazes de prevenção”, afirma.

Idoso tentando montar quebra-cabeças
Créditos: Depositphotos/AndrewLozovyi

Os sinais de alerta da demência

Diante de uma projeção alarmante da Organização Mundial da Saúde, que estima um salto para 139 milhões de casos de demência até 2050, surge a urgência em reconhecer os primeiros indícios dessa síndrome.

Segundo a médica geriatra Roberta França, é fundamental combater o estigma do envelhecimento e estar atento a mudanças sutis no comportamento dos idosos.

Perdas de interesse em atividades anteriormente prazerosas ou a incapacidade de realizar tarefas simples podem ser sinais indicativos de demência em estágio inicial.

“A detecção precoce é crucial para retardar a progressão da doença e preservar a qualidade de vida do paciente”, destaca a especialista.

Imagem ilustrativa de perda de memória
Créditos: Depositphotos

Como prevenir a demência?

  • Dieta saudável: A nutrição adequada desempenha um papel vital na manutenção da saúde cerebral.
  • Exercício físico: A atividade regular beneficia não apenas o coração, mas também a mente.
  • Reduzir a exposição à poluição: Tome medidas para diminuir a exposição ao ar poluído sempre que possível.
  • Limitar o consumo de álcool: A moderação é chave para prevenir danos a longo prazo.
  • Controle do diabetes: Uma gestão eficaz pode reduzir significativamente os riscos associados.