Estudo revela o que aumenta o risco de demência em até 80%
Compreenda o risco aumentado de demência associado a esse fator, segundo um novo estudo
No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência. O esperado é que esse número triplique até 2050, segundo o Ministério da Saúde.
Recentemente, um estudo identificou o que pode aumentar o risco de desenvolver a doença. Os cientistas vão apresentar a descoberta na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024, marcada para os dias 7 e 9 de fevereiro.
O que pode aumentar o risco de demência em 80%?
O estudo revelou que o risco de demência era 80% mais alto em pessoas que tiveram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em comparação com indivíduos que não tiveram ataque cardíaco ou AVC.
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A mesma taxa de risco foi constatada em comparação com quem sofreu ataque cardíaco, mas não teve AVC.
O estudo também revelou que o risco de desenvolver demência é três vezes maior no primeiro ano após um AVC, diminuindo após cinco anos, mas ainda assim, mantendo-se 1,5 vezes maior em comparação com quem não teve o derrame.
O que é AVC?
O AVC é uma lesão cerebral causada pelo bloqueio ou rompimento dos vasos sanguíneos que transportam sangue para o cérebro.
Esse quadro pode ser resultante de distintos fatores de risco, tais como pressão alta, tabagismo, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, obesidade e doenças cardíacas.
Além desses aspectos, um AVC pode levar a uma série de sequelas. Incluindo dificuldades de movimento em um lado do corpo, problemas de fala ou expressão e déficit de memória.
Como o AVC pode levar à demência?
O desenvolvimento de demência após um AVC pode ser compreendido pelo fato de que, durante um episódio de AVC, o fluxo de oxigênio para o cérebro é interrompido.
Esse fator leva à morte de células cerebrais e, consequentemente, aumenta o risco de doenças como Alzheimer e outros tipos de demência, como a demência vascular, que ocorre devido ao baixo fluxo sanguíneo para o cérebro.
“O comprometimento cognitivo é muito comum após um AVC e pode levar à demência, o que diminui a expectativa de vida. É importante mostrar uma ligação direta entre o AVC e a demência. E investigar o momento da demência após o AVC, para informar a investigação, o planeamento e a realização de intervenções”, explica Raed Joundi. Ele é o principal autor do estudo e professor assistente da Universidade McMaster em Hamilton, no Canadá.
Metodologia do estudo
Na realização do estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 15 milhões de pessoas residentes em Ontário, no Canadá, provenientes de bancos de dados médicos.
Das pessoas analisadas, cerca de 181 mil haviam sofrido um AVC isquêmico ou um AVC hemorrágico e conseguiram sobreviver sem desenvolver demência por, no mínimo, 90 dias.