Estudo revela que mudar frequentemente de casa pode causar depressão

Mudanças de residência durante a infância elevam o risco de depressão na vida adulta em até 61%, diz pesquisa

30/12/2024 08:57

Qual a relação entre mudanças de residência e o risco de depressão?
Qual a relação entre mudanças de residência e o risco de depressão? - JulPo/istock

 

Uma pesquisa recente da Dinamarca trouxe à tona dados alarmantes sobre os efeitos das mudanças frequentes de residência na infância. De acordo com o estudo, crianças que se mudam várias vezes antes dos 15 anos têm 40% mais chances de desenvolver depressão quando atingem a idade adulta. O levantamento foi realizado com quase 1,1 milhão de pessoas nascidas entre 1981 e 2001, e o resultado foi publicado na Jama Psychiatry.

Ao acompanhar esses indivíduos até a fase adulta, a pesquisa revelou que pelo menos 35 mil desses habitantes dinamarqueses receberam diagnóstico de depressão.

Mudanças frequentes e a relação com transtornos mentais

O estudo mostrou pela primeira vez uma conexão direta entre as mudanças frequentes de residência e o aumento do risco de depressão na vida adulta. Independentemente da classe social do bairro, o efeito negativo se manteve consistente. Os dados apontam que o risco aumenta com a frequência das mudanças: crianças que se mudam uma vez entre 10 e 15 anos têm 41% mais chances de desenvolver depressão, enquanto aquelas que mudam mais de uma vez nesse período apresentam um aumento de 61% na probabilidade.

Por que a estabilidade é crucial para a saúde mental infantil?

Os pesquisadores destacam a importância de um ambiente doméstico estável para o desenvolvimento emocional saudável das crianças. Para Clive Sabel, professor da Universidade de Plymouth e líder do estudo, esse é o primeiro trabalho que sugere que mudanças frequentes de residência estão entre os fatores causadores de transtornos mentais. Ele também afirma que os dados obtidos podem representar apenas uma parte do impacto total.

Além dos problemas de saúde mental, crianças que se mudam com frequência enfrentam riscos como tentativas de suicídio, envolvimento em crimes violentos e abuso de substâncias. Essas crianças, ao mudarem de ambiente constantemente, têm que reiniciar suas relações sociais, o que pode ser desestabilizador.

Sintomas de depressão: fique atento aos sinais

Embora o estudo tenha se concentrado na Dinamarca, seus resultados sugerem que outras partes do mundo podem enfrentar um problema semelhante. O estudo reforça a importância de identificar sinais precoces de depressão, como tristeza persistente, perda de interesse por atividades, cansaço excessivo e alterações no apetite. Caso você ou alguém que conheça apresente esses sintomas, é fundamental procurar ajuda profissional.

 

Sintomas de depressão: reconhecimento e prevenção

Os sintomas de depressão incluem tristeza profunda, falta de energia, insônia ou sono excessivo, e perda de interesse por atividades cotidianas. É essencial identificar esses sinais precocemente para buscar ajuda profissional, prevenindo agravamentos e promovendo uma melhor qualidade de vida para quem sofre com a condição. Clique aqui para saber mais.