Estudo revela vínculo entre infecções virais e Alzheimer; saiba como se prevenir

Infecções virais estão diretamente ligadas ao aumento do risco de doenças neurodegenerativas

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
13/04/2025 14:31 / Atualizado em 23/04/2025 20:03

A pesquisa revela uma conexão entre vírus e o aumento do risco de Alzheimer.
A pesquisa revela uma conexão entre vírus e o aumento do risco de Alzheimer. - iStock/Rasi Bhadramani

Uma pesquisa recente, que analisou registros médicos de 500 mil pessoas, encontrou uma possível relação entre infecções virais graves e o aumento do risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. O estudo, publicado na revista Neuron, revela que certos vírus, que causam infecções como encefalite e pneumonia, podem ser fatores de risco para essas condições debilitantes.

Vírus aumentam risco de doenças neurodegenerativas

Os cientistas identificaram 22 conexões entre infecções virais e doenças neurodegenerativas, destacando como algumas infecções graves, como a encefalite viral, estão fortemente associadas ao desenvolvimento do Alzheimer. De acordo com os resultados, pessoas tratadas para encefalite viral têm 31 vezes mais chances de desenvolver Alzheimer, e, para cada 406 casos de encefalite, cerca de 24 indivíduos desenvolvem a doença – um índice alarmante de 6%.

Além disso, as infecções respiratórias, como pneumonia, também mostraram um vínculo preocupante com o Alzheimer e outras doenças, como Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA). As infecções intestinais e meningite, frequentemente causadas por vírus, também foram associadas ao desenvolvimento de condições neurodegenerativas.

A persistência do impacto viral no cérebro

Outro dado relevante do estudo é a duração do impacto das infecções virais. Em alguns casos, os efeitos dessas infecções no cérebro podem persistir por até 15 anos, aumentando a vulnerabilidade a doenças como Alzheimer e Parkinson. O estudo revelou que, aproximadamente 80% dos vírus implicados nesses distúrbios cerebrais são “neurotróficos”, ou seja, têm a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, afetando diretamente o cérebro.

Embora o estudo não prove uma relação causal direta, ele reforça uma série de pesquisas anteriores que sugerem um papel significativo dos vírus na incidência de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Os pesquisadores também mencionaram um estudo anterior que relacionou o vírus Epstein-Barr a um risco significativamente maior de esclerose múltipla, evidenciando a complexa conexão entre vírus e doenças neurológicas.

A abordagem inovadora do estudo

O autor principal da pesquisa, Michael Nalls, neurogeneticista do Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos, explicou que a metodologia do estudo foi inovadora. Em vez de examinar uma doença neurodegenerativa por vez, os pesquisadores analisaram simultaneamente várias ligações entre infecções virais e diferentes condições neurodegenerativas, utilizando registros médicos para uma abordagem mais abrangente e baseada em dados. Esse modelo possibilitou uma visão mais completa sobre o impacto das infecções virais no desenvolvimento de doenças como Alzheimer.

 

 

Sinal de Alzheimer surge antes dos 40 anos

Pesquisas recentes revelam que os primeiros sinais de Alzheimer podem se manifestar antes dos 40 anos, desafiando a visão tradicional da doença. Sintomas iniciais, como lapsos de memória e dificuldades cognitivas, podem surgir de forma precoce, alertando para a necessidade de diagnóstico e tratamento mais ágeis. Clique aqui para saber mais.