Alzheimer: exame mais acessível descobre sinais da doença mais cedo
Novo exame de Alzheimer promete incluir pacientes de populações historicamente negligenciadas pelos avanços da medicina
Números recentes divulgados pelo Ministério da Saúde estimam que, aproximadamente, 1,2 milhão de brasileiros sofram, em alguma medida, de Alzheimer. No mundo, este número pode chegar a 50 milhões.
Em meio ao urgente debate sobre o tema, um novo teste desenvolvido por neurocientistas da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, promete detectar sinais da doença de Alzheimer com mais precisão do que os testes anteriores.
Por meio da análise de uma amostra de sangue, o teste detecta um novo biomarcador da doença de Alzheimer chamado tau, de acordo com os pesquisadores.
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Derivado do cérebro, tau é uma proteína que suporta os neurônios, ou células nervosas. Estudos mostram que o acúmulo anormal de tau, especialmente nos emaranhados da proteína, é uma característica da doença de Alzheimer.
Especialistas também descobriram que, embora a tau esteja associada principalmente às células cerebrais, as células fora do corpo podem produzir uma variação que o estudo chama de “grande tau”.
Exame mais acessível
Assim, a descoberta propiciou a criação de um método para diagnosticar a doença de Alzheimer que é mais acessível do que os métodos existentes. “Atualmente, diagnosticar a doença de Alzheimer requer neuroimagem”, disse o autor principal do estudo, Thomas Karikari, em um comunicado à imprensa. “Esses exames são caros e levam muito tempo para serem agendados, e muitos pacientes, mesmo nos EUA, não têm acesso a scanners de ressonância magnética”, completou.
Diante dos processos observados, a equipe de Karikari decidiu desenvolver um exame de sangue simples, minimamente invasivo e, o mais importante, econômico. “A utilidade mais importante dos biomarcadores sanguíneos é melhorar a vida das pessoas e melhorar a confiança clínica e a previsão de risco no diagnóstico da doença de Alzheimer”, disse Karikari.
Até agora, os métodos de diagnóstico de sangue foram capazes de detectar dois dos três biomarcadores necessários para diagnosticar a doença de Alzheimer – amiloide e uma versão da tau. No entanto, eles lutaram para detectar o terceiro componente – marcadores de neurodegeneração específicos para a doença de Alzheimer. Assim, a equipe desenvolveu uma técnica para distinguir a tau derivada do cérebro no sangue da grande tau flutuante, usando um anticorpo especial que se liga seletivamente à tau derivada do cérebro.
Aprimorar o desenho de ensaios clínicos e expandir a inscrição de ensaios para incluir pacientes de populações historicamente negligenciadas pelos avanços da medicina é o que propõe a nova descoberta. Para esse fim, eles planejam realizar triagem de sangue clínica em larga escala para tau derivada do cérebro em uma ampla gama de participantes.