Um estudo recente revelou que um exame de sangue combinado para avaliar o declínio cognitivo pode identificar com 90% de precisão se a perda de memória é causada pela doença de Alzheimer.

O estudo, publicado no JAMA Neurology, acompanhou 1.213 pessoas com idade média de 74 anos.

Como funciona o exame de sangue para Alzheimer?

O exame mede a proteína tau 217 fosforilada (p-tau217), um biomarcador sanguíneo crucial para o diagnóstico do comprometimento cognitivo leve e da doença de Alzheimer em estágio inicial.

Segundo o Dr. Sebastian Palmqvist, coautor do estudo e professor da Universidade de Lund, na Suécia, a presença de p-tau217 é um indicador significativo da patologia amiloide, com concentrações que aumentam drasticamente na doença de Alzheimer.

“No estágio de demência da doença, os níveis são mais de 8 vezes maiores em comparação com idosos sem Alzheimer”, escreveu Palmqvist à CNN.

O estudo também combinou o p-tau217 com outro biomarcador sanguíneo, a razão amiloide 42/40, que mede dois tipos de proteínas amiloides. Essa combinação, chamada de pontuação de probabilidade amiloide, mostrou-se altamente preditiva.

Segundo especialistas envolvidos, essa combinação de testes é promissora para utilização em consultórios médicos, semelhante a um teste de colesterol, mas para Alzheimer.

Quais são as implicações futuras desses exames?

Os exames de sangue altamente precisos, como o p-tau217, podem revolucionar a rapidez com que testes de Alzheimer são conduzidos, facilitando o desenvolvimento de novos medicamentos.

O exame de p-tau217 detecta danos neuronais iniciais causados pelo tau quando as placas amiloides estão presentes, o que pode acabar confirmado por exames PET.

A precisão desses exames pode ajudar na triagem precoce de Alzheimer, permitindo intervenções preventivas e tratamentos antes que os sintomas se agravem.

No entanto, ainda são necessários mais estudos e validações antes que esses testes se tornem rotina nos consultórios médicos.

Quais são os primeiros sintomas de Alzheimer?

• Esquecer acontecimentos recentes;
• Perder itens do cotidiano, como as chaves de casa;
• Desorientação;
• Alterações na linguagem e aprendizado;
• Falta de concentração;
• Senso crítico comprometido;
• Alterações na visão; 
• Irritabilidade e mudanças de humor.

Para detecção precoce da doença e um tratamento assertivo, o ideal é fazer exames de rotina com frequência e consultar um médico ao notar qualquer alteração.