Exercício altera sua noção de tempo mais do que você imagina

Estudo revela que exercícios intensos fazem o cérebro superestimar o tempo. Entenda o efeito e como evitá-lo com distrações e prazer no treino

31/05/2025 01:02

Estudos mostram que a percepção do tempo muda com o tipo e o prazer do exercício.
Estudos mostram que a percepção do tempo muda com o tipo e o prazer do exercício. - EyeEm Mobile GmbH/istock

Já sentiu que aquele treino puxado parecia interminável, mesmo durando apenas alguns minutos? Você não está sozinho — e agora há evidências científicas para explicar esse fenômeno. Um estudo recente publicado na Brain and Behaviour, liderado pelo psicólogo Andrew Edwards, da Universidade Canterbury Christ Church, no Reino Unido, sugere que exercícios intensos influenciam diretamente nossa noção de tempo.

Testes com ciclistas revelam um padrão

Na pesquisa, 33 adultos fisicamente ativos foram submetidos a diferentes desafios em bicicletas ergométricas, incluindo pedalar 4 km sozinhos, com um avatar e competindo contra ele. Antes, durante e depois dos exercícios, os voluntários tinham que estimar um intervalo de 30 segundos.

Os resultados surpreenderam: durante os treinos mais exigentes, os participantes superestimaram o tempo em até 10%. A presença do avatar ou o ambiente de competição pouco interferiram no resultado — o que pesou mesmo foi a intensidade do esforço.

Descubra por que a intensidade do exercício pode fazer 30 segundos parecerem 3 minutos.
Descubra por que a intensidade do exercício pode fazer 30 segundos parecerem 3 minutos. - iStock/ Panuwat Dangsungnoen

Cérebro foca na dor, tempo desacelera

De acordo com Edwards, durante atividades físicas intensas, o cérebro concentra sua atenção nas sensações corporais — dor muscular, cansaço e desconforto. Essa hipervigilância corporal distorce a percepção temporal, fazendo o tempo parecer mais lento do que realmente é.

Exercício prazeroso = tempo que voa

Mas nem tudo está perdido. O estudo também aponta caminhos para contornar essa distorção: exercícios mais envolventes, como treinar com música ou em grupo, ajudam o tempo a “passar mais rápido”. Em outra análise, Edwards notou que jogadores de futebol percebiam treinos com bola como mais curtos do que atividades repetitivas, como corrida.

Relatividade temporal no treino

A pesquisa reforça o que Einstein já dizia: tudo é relativo — inclusive o tempo durante o exercício. Se o treino for entediante ou doloroso, o relógio parece parar. Se for prazeroso, ele voa.

Segundo especialistas, a prática regular de exercício físico é essencial para manter a saúde física e mental na terceira idade. Além de prevenir doenças crônicas, o movimento diário melhora a autonomia e qualidade de vida, sendo um dos pilares para um envelhecimento ativo e equilibrado, destaca estudo recente. Clique aqui para saber mais.