Estudo aponta que estes exercícios na velhice afastam a demência

Pesquisa revela como melhorar o condicionamento pode proteger o cérebro e reduzir o risco de Alzheimer, especialmente em casos de predisposição genética

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
21/11/2024 18:22 / Atualizado em 27/11/2024 14:39

Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine revelou que a prática de exercícios aeróbicos na meia-idade e na velhice pode reduzir o risco de desenvolver demência, incluindo o Alzheimer.

Descubra quais exercícios na velhice reduzem o risco de demência
Descubra quais exercícios na velhice reduzem o risco de demência - iStock/andreswd

A pesquisa focou na importância do condicionamento cardiorrespiratório para a saúde cerebral, até mesmo em indivíduos com predisposição genética à doença.

Qual é o impacto do condicionamento cardiorrespiratório?

A aptidão cardiorrespiratória, desenvolvida por meio de atividades aeróbicas regulares, melhora a captação de oxigênio pelo corpo, contribuindo para maior resistência física e melhor funcionamento cognitivo.

No geral, os pesquisadores constataram que pessoas com melhor condicionamento cardiorrespiratório apresentaram um atraso médio de até 18 meses no surgimento de demência. Já pessoas geneticamente predispostas ao Alzheimer, segundo o estudo, apresentaram um risco 35% menor de desenvolver a doença. 

Além disso, o fortalecimento cardiorrespiratório também foi associado à melhoria de funções cerebrais, como memória, velocidade de pensamento e capacidade de planejar ações futuras.

“Incentivar melhorias graduais no condicionamento físico oferece uma maneira prática e impactante de apoiar a saúde cerebral em diversas populações”, pontuou Weili Xu, autora do estudo.

Metodologia do estudo

Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, analisaram dados de mais de 61 mil pessoas entre 39 e 70 anos.

Testes iniciais de condicionamento físico, função cognitiva e predisposição genética foram realizados entre 2009 e 2010. Após 12 anos, as conexões entre condicionamento físico e diagnósticos de demência foram avaliadas.

Os resultados mostraram que o grupo com maior aptidão física tinha menor incidência de hipertensão, diabetes e obesidade, condições que impactam negativamente a saúde do cérebro.

Embora os achados sejam promissores, o estudo é de caráter observacional, ou seja, não estabelece uma relação direta de causa e efeito. Ainda assim, reforça a importância de manter um estilo de vida ativo para reduzir riscos de doenças.

Quais exercícios são mais indicados?

Especialistas recomendam atividades como caminhada rápida, corrida leve, bicicleta, dança, natação ou até mesmo esportes coletivos.

O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) também é uma opção eficaz para melhorar o condicionamento cardiorrespiratório.

A recomendação é realizar exercícios aeróbicos de intensidade moderada a alta por pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana, para otimizar os benefícios.

A combinação de exercícios aeróbicos com uma alimentação equilibrada, controle de fatores como pressão arterial, glicemia e colesterol, realização de exames regulares de audição e visão, além de um sono de qualidade, revela-se uma estratégia eficaz para a prevenção da demência.