Fatores de risco da demência que você pode controlar, segundo Oxford

Estudo revela que até 40% dos casos de demência estão ligados a fatores que podem ser modificados

Por Wallace Leray em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
14/02/2025 14:02 / Atualizado em 25/02/2025 15:05

A demência tem se tornado uma preocupação global devido à sua crescente incidência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), projeta-se um aumento superior a 150% no número de casos até 2050. Esse crescimento expressivo está diretamente relacionado ao envelhecimento populacional, resultando em um maior número de diagnósticos de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

A perspectiva de um futuro com tantos casos levanta uma questão importante: é possível reduzir o risco de desenvolver demência? Estudos sugerem que sim, e que certos hábitos do dia a dia desempenham um papel fundamental na prevenção da doença.

Fatores de risco da demência que você pode controlar, segundo Oxford
Fatores de risco da demência que você pode controlar, segundo Oxford - iStock/nopparit

O papel do estilo de vida na prevenção

Pesquisadores da Universidade de Oxford investigaram os principais fatores de risco para o desenvolvimento da demência, focando especialmente naqueles que podem ser modificados. O estudo, publicado na revista BMJ Mental Health, analisou informações de dois grandes bancos de dados: o UK Biobank e o Whitehall II Study, totalizando 223,7 mil participantes com idades entre 50 e 73 anos.

Os cientistas descobriram que aproximadamente 40% dos casos de demência poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida, reforçando a importância da prevenção como uma estratégia para mitigar os impactos da doença.

O envelhecimento da população está diretamente ligado ao aumento dos casos de demência.
O envelhecimento da população está diretamente ligado ao aumento dos casos de demência. - iStock/wildpixel

Fatores de risco: o que pode ser modificado?

Durante a pesquisa, os cientistas avaliaram 28 fatores associados à demência e identificaram 11 elementos que, ao longo de 14 anos, aumentaram significativamente as chances de desenvolver a doença. Três desses fatores não podem ser alterados: idade avançada, histórico familiar de demência e ser homem. No entanto, os demais podem ser modificados, permitindo a adoção de estratégias preventivas.

Os principais fatores de risco que podem ser controlados incluem:

  • Falta de educação formal ou estímulos cognitivos ao longo da vida;
  • Diabetes;
  • Sintomas depressivos;
  • Baixa classe socioeconômica;
  • Colesterol alto;
  • Viver sozinho;
  • Pressão alta.
Mudanças no estilo de vida podem ser decisivas para reduzir os riscos de declínio cognitivo.
Mudanças no estilo de vida podem ser decisivas para reduzir os riscos de declínio cognitivo. - iStock/LightFieldStudios

Prevenção: pequenas mudanças, grande impacto

Embora a erradicação completa da demência ainda não seja possível, os resultados do estudo reforçam a importância da prevenção. Melhorar o acesso à educação, estimular o cérebro com atividades intelectuais, controlar doenças crônicas como diabetes e hipertensão, e manter uma vida social ativa podem contribuir significativamente para a redução dos riscos.

Os especialistas destacam que, ao entender melhor os fatores de risco modificáveis, é possível adotar medidas eficazes para retardar o surgimento da doença e melhorar a qualidade de vida na terceira idade. Assim, um futuro com menos casos de demência pode ser alcançado através de escolhas saudáveis no presente.

Medicamentos e estilo de vida: fatores que influenciam a demência

Além do estilo de vida, o uso de certos medicamentos pode aumentar o risco de demência. Segundo a Catraca Livre, um estudo recente apontou que três tipos de remédios comuns estão associados ao declínio cognitivo. Especialistas alertam que a combinação de hábitos saudáveis com o uso consciente de fármacos pode ser essencial na prevenção da doença. Veja mais aqui!