Fatores evitáveis do Parkinson: golpes e exposição a agrotóxicos
Pesquisadores sugerem que uma parcela significativa de casos de Parkinson pode ser evitada
Pesquisadores da Universidade do Alabama apontam que a prevenção da doença de Parkinson pode estar ao alcance de mudanças em hábitos específicos. Um estudo recente revela que dois fatores de risco evitáveis estão associados ao desenvolvimento da doença. A pesquisa pode oferecer novas perspectivas sobre como prevenir o Parkinson.
Golpes na cabeça e exposição a agrotóxicos: principais fatores de risco
O estudo conduzido por cientistas do Departamento de Neurologia da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos Estados Unidos, analisou 1.223 participantes, sendo 808 pacientes diagnosticados com Parkinson e 415 indivíduos saudáveis. Os resultados foram publicados na revista npj Parkinson’s Disease. A pesquisa identificou dois fatores de risco evitáveis que estão diretamente ligados ao desenvolvimento da doença de Parkinson.
Os fatores em questão são:
- Golpes repetidos na cabeça, comuns em esportes de contato como futebol americano;
- Exposição a agrotóxicos, como herbicidas e pesticidas.
Esses fatores estão presentes em cerca de 30% dos casos da doença, com uma predominância entre os homens (1 em cada 3 casos) e uma menor incidência entre as mulheres (1 em cada 4 casos).
Prevenção: a redução de riscos pode diminuir os casos de Parkinson
Embora fatores como a idade e a genética não possam ser modificados, a pesquisa sugere que a alteração de certos comportamentos e a diminuição da exposição a substâncias tóxicas poderiam reduzir significativamente a incidência de Parkinson. A exposição a herbicidas, já reconhecida como um risco para a doença, foi relacionada a 23% dos casos analisados.
Golpes repetidos na cabeça, embora menos estudados, se mostraram um novo fator de risco importante. A associação entre a doença e os impactos cerebrais deverá ser aprofundada em futuras pesquisas. A autora principal do estudo, professora Haydeh Payami, ressaltou que o aumento global dos casos de Parkinson está estreitamente ligado a esses fatores ambientais. Ela defende que, se a exposição a produtos químicos fosse eliminada e esportes de contato se tornassem mais seguros, um número significativo de casos poderia ser evitado.
Fatores de risco variáveis e considerações finais
Embora os dados apontem que até um terço dos casos de Parkinson poderiam ser evitados com mudanças no ambiente, os pesquisadores alertam que esses números podem variar dependendo da região analisada. Eles também destacam que a eliminação dos fatores de risco não garantirá a erradicação da doença, mas pode evitar uma parcela considerável dos diagnósticos.
Avanços no tratamento do Parkinson
Pesquisas recentes oferecem novas esperanças para o tratamento da doença de Parkinson. Técnicas inovadoras, como terapias genéticas e estimulação cerebral profunda, estão mostrando resultados promissores, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Especialistas destacam que a detecção precoce continua sendo fundamental para o sucesso terapêutico. Clique aqui para saber mais.