Fibrilação atrial é silenciosa e aumenta a chance de AVC
A fibrilação atrial (FA) é uma condição caracterizada pelo ritmo irregular do coração. Quando não tratada, ela favorece a formação de coágulos e aumenta as chances de um acidente vascular cerebral (AVC).
Isso acontece quando os átrios (câmaras superiores) não batem coordenados com os ventrículos (câmaras inferiores). O maior perigo dessa doença é que ela é silenciosa.
A doença chamou a atenção da opinião pública quando o ator Rômulo Estrela, 24, protagonista de “Deus Salve o Rei”, revelou que foi diagnosticado com fibrilação atrial. Ele foi pego de surpresa pelo resultado de um simples exame médico. Ele deu sorte.
“Quando doenças silenciosas começam a apresentar sintomas, ela já está em grau avançado”, diz Francisco Kerr Saraiva, cardiologista e professor da PUC de Campinas. “Não confie que a sua saúde é boa por não ter sintoma.”
Segundo Saraiva, num cenário onde as doenças cardiovasculares começam a atingir a população mais jovem, precisamos rever ações de prevenção. “Depois do AVC a história fica bem mais complicada.”
“Os mutirões são pontuais”, conta. “Obviamente, eles contribuem, mas não tanto quanto as visitas habituais ao médico. Eu vejo iniciativas de boa vontade, mas entendo que deveríamos ter campanhas bem mais agressivas e também programas permanentes vinculado às Unidades Básicas de Saúde”.
Os sinas mais comuns da fibrilação atrial são palpitações, tontura, dores no peito e falta de ar, mas, vale lembrar, a FA nem sempre apresenta sintomas.
Apesar de não ter cura, parte do tratamento é realizado com medicamentos anticoagulantes. Conhecidos por “afinar” o sangue, eles ajudam a reduzir a formação de coágulos, diminuindo o risco do AVC.