Fique atento! Dor no ombro pode ser sinal de diabetes
Capsulite adesiva afeta mais diabéticos e compromete a mobilidade
Você sente dor no ombro que não passa, mesmo sem ter feito esforço físico? Pode parecer estranho, mas esse incômodo pode estar ligado ao diabetes. A doença, conhecida por afetar o metabolismo da glicose, também pode atingir articulações e tecidos, provocando sintomas que muita gente nem imagina.
Um dos quadros mais comuns é a capsulite adesiva, também chamada de “ombro congelado”. Essa condição causa dor intensa, rigidez e perda de mobilidade na articulação do ombro. E o curioso é que ela é até cinco vezes mais frequente em pessoas com diabetes do que na população em geral.

A relação entre o diabetes e o ombro congelado está ligada ao controle da glicose no sangue. Quando os níveis permanecem elevados por muito tempo, o corpo sofre alterações nos tecidos conjuntivos, o que pode levar à inflamação e ao enrijecimento da cápsula articular do ombro.
O que é capsulite adesiva e por que ela afeta diabéticos
A capsulite adesiva é uma inflamação que atinge a cápsula articular do ombro —uma estrutura que envolve a articulação e ajuda na lubrificação com o líquido sinovial. Quando essa cápsula se contrai e endurece, o espaço para o movimento diminui, causando dor e limitação progressiva dos movimentos.
Esse quadro pode evoluir em três fases:
- Inflamatória, com dor intensa, principalmente à noite;
- Congelamento, quando a rigidez se instala e os movimentos ficam cada vez mais limitados;
- Descongelamento, fase em que a dor diminui e a mobilidade começa a retornar, embora o processo possa levar meses.
Nos diabéticos, o excesso de glicose no sangue pode se acumular no colágeno das articulações, tornando os tecidos menos elásticos e mais propensos à inflamação. Além disso, há fatores como neuropatia diabética, que afeta os nervos e reduz a percepção da dor, e problemas circulatórios, que dificultam a nutrição dos tecidos articulares.
Sintomas que merecem atenção
Nem toda dor no ombro é capsulite adesiva, mas alguns sinais podem indicar que é hora de investigar. Os principais sintomas incluem:
- Dor persistente no ombro, que piora à noite;
- Dificuldade para levantar o braço ou realizar movimentos simples;
- Sensação de rigidez que não melhora com repouso;
- Perda progressiva da amplitude de movimento.
Esses sintomas podem interferir nas tarefas do dia a dia, como vestir uma camisa ou alcançar objetos em prateleiras. E como o quadro pode se confundir com outras condições, como bursite ou tendinite, é essencial procurar um médico para avaliação e diagnóstico preciso.
Diagnóstico e tratamento: dá pra recuperar o movimento
O diagnóstico da capsulite adesiva geralmente é feito por meio de exame clínico e, em alguns casos, exames de imagem como ressonância magnética ou ultrassonografia. O tratamento inclui fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e, em casos mais graves, injeções de corticosteroides diretamente na articulação.
A fisioterapia é fundamental para recuperar a mobilidade. Exercícios de alongamento e fortalecimento ajudam a “descongelar” o ombro e aliviar a dor. Em alguns casos, pode ser necessário realizar procedimentos mais invasivos, como liberação articular ou cirurgia, mas isso é raro.
Para quem tem diabetes, o controle da glicemia é essencial para evitar complicações como essa. Manter os níveis de açúcar no sangue dentro do ideal reduz o risco de inflamações e melhora a saúde das articulações. Ou seja, cuidar do ombro também passa por cuidar da alimentação, da atividade física e do acompanhamento médico regular.