Fruta que auxilia no combate à gastrite e melhora a digestão

A fibra do coco alivia o desconforto estomacal e favorece o trânsito intestinal, enquanto seus minerais mantêm o equilíbrio dos eletrólitos

Por Clara Figueiredo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
05/06/2025 14:06 / Atualizado em 24/06/2025 22:50

Esta bebida natural é eficaz para aliviar náuseas, hidratar a pele, reduzir câimbras e auxiliar na regulação da função renal
Esta bebida natural é eficaz para aliviar náuseas, hidratar a pele, reduzir câimbras e auxiliar na regulação da função renal - iStock/ samuraioasis

A gastrite, condição caracterizada pela inflamação do revestimento do estômago, frequentemente manifesta sintomas incômodos como dor abdominal, náuseas e perda de apetite. Embora existam tratamentos médicos eficazes para essa condição, certos alimentos podem desempenhar um papel importante no alívio desses sintomas, entre eles destaca-se uma fruta tropical muito consumida mundialmente: o coco.

Segundo informações do site especializado Healthing, o coco oferece diversos benefícios para pessoas que convivem com gastrite. Esta fruta possui um perfil nutricional rico em minerais essenciais, incluindo magnésio, fósforo, cálcio e potássio, além de conter uma quantidade significativa de fibras. Esses nutrientes conferem ao coco uma ação positiva no funcionamento do sistema digestivo.

A presença de fibras no coco ajuda a mitigar a sensação de estômago pesado e favorece o trânsito intestinal, facilitando a eliminação de resíduos. Simultaneamente, os minerais presentes contribuem para a manutenção do equilíbrio dos eletrólitos no organismo. Ademais, o coco apresenta um leve efeito laxante, que auxilia na limpeza do aparelho digestivo, promovendo uma sensação geral de bem-estar, especialmente para pessoas que enfrentam distúrbios gástricos.

Formas recomendadas de consumo

O coco pode ser incorporado à dieta de diversas maneiras, tornando-se uma fruta versátil e acessível. Dentre as formas mais comuns, destacam-se a água de coco e o óleo de coco, que, quando consumidos com moderação, oferecem benefícios significativos.

Água de coco: Recomenda-se o consumo de um copo, uma ou duas vezes ao dia. Esta bebida natural é eficaz para aliviar náuseas, hidratar a pele, reduzir câimbras e auxiliar na regulação da função renal. Além disso, a água de coco pode colaborar no controle do peso corporal.

Óleo de coco: A ingestão diária recomendada é de uma colher de sopa, preferencialmente em jejum. O óleo de coco contribui para a proteção da mucosa gástrica, melhora a digestão e possui propriedades que combatem bactérias intestinais. Contudo, seu consumo deve ser orientado por um profissional de saúde, especialmente para evitar efeitos colaterais como cólicas e desconfortos digestivos, causados por seu teor de potássio e açúcares naturais.

Benefícios adicionais do coco

Além de seus efeitos benéficos no alívio da gastrite, o coco apresenta diversas outras propriedades positivas para a saúde geral:

  • Efeito saciante: O consumo de coco pode retardar a digestão, prolongando a sensação de saciedade e reduzindo a fome excessiva.
  • Apoio à lactação: O óleo de coco pode favorecer a produção e qualidade do leite materno, beneficiando mães lactantes.
  • Fortalecimento ósseo: O coco auxilia na absorção de cálcio e magnésio, minerais fundamentais para a formação e manutenção de ossos e dentes saudáveis.
  • Propriedades antimicrobianas: O óleo de coco possui ação antifúngica e antibacteriana, sendo útil no tratamento de infecções digestivas, incluindo aquelas causadas pela Helicobacter pylori, além de ajudar em condições como cólon irritável e síndrome do intestino permeável.
  • Energia e metabolismo: Fornece energia de rápida absorção, estimula a função da tireoide e contribui para a redução da gordura corporal, além de favorecer o desenvolvimento muscular.
  • Controle glicêmico: Ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue, sendo benéfico para pessoas com diabetes ou risco de desenvolvê-la.

Outras frutas indicadas para pessoas com gastrite

Ao receber o diagnóstico de gastrite, que pode causar sintomas como dor abdominal, azia, náusea e inchaço, é comum que pacientes pensem ser necessário eliminar completamente frutas e vegetais da dieta. Contudo, essa é uma percepção incorreta.

Especialistas do Centro Médico-Cirúrgico de Doenças Digestivas (CMED) indicam que algumas frutas não só são bem toleradas como também desempenham papel importante na recuperação da mucosa gástrica, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e digestivas.

Entre as frutas mais recomendadas estão:

  • Maçã
  • Mamão
  • Banana

Essas frutas possuem um efeito antiácido natural, contribuindo para a redução da acidez estomacal e proteção da mucosa do estômago. A maçã, por exemplo, é rica em pectina, uma fibra solúvel que auxilia na regulação do trânsito intestinal e protege o revestimento gástrico.

Os cirurgiões gerais e digestivos do CMED, doutores Guerra e Freire, também destacam outras frutas benéficas para quem sofre de gastrite, seja em fase aguda ou crônica. Entre elas estão melancia, melão, pera, caqui e abacaxi, que, por seu alto teor de água e perfil nutricional suave, auxiliam na digestão e diminuem a irritação do estômago.

Os especialistas recomendam optar preferencialmente por frutas maduras. Isso porque, durante o amadurecimento, o amido presente nas frutas se transforma em açúcares simples, o que facilita a digestão. Frutas maduras também são menos propensas a provocar gases, reduzindo o desconforto e o inchaço associados à gastrite.

O óleo de coco contribui para a proteção da mucosa gástrica, melhora a digestão e possui propriedades que combatem bactérias intestinais
O óleo de coco contribui para a proteção da mucosa gástrica, melhora a digestão e possui propriedades que combatem bactérias intestinais - iStock/ joannawnuk

Considerações sobre a dieta e cuidados gerais

Embora as frutas sejam parte fundamental de uma dieta saudável, os especialistas recomendam que a alimentação seja completa e equilibrada para promover a recuperação gástrica adequada. Verduras e leguminosas, por exemplo, são fontes valiosas de nutrientes e ajudam na regeneração dos tecidos inflamados.

Além disso, deve-se incluir proteínas de alta qualidade, como carnes brancas, peixes e ovos, preferencialmente preparados grelhados, e optar por carboidratos de digestão lenta, que são mais fáceis de metabolizar pelo organismo.

Quanto às gorduras, o recomendado é priorizar aquelas consideradas saudáveis, como o azeite de oliva extra virgem. A hidratação adequada também é fundamental para o bom funcionamento do sistema digestivo e para o processo de recuperação do estômago irritado.