Fungo que é resistente a medicamentos se espalha nos EUA
Os casos de infecção pelo fungo no país quase dobraram em 2021
O fungo Candida auris está se tornando uma ameaça à saúde pública nos EUA, pois o número de casos está aumentando rapidamente e de forma “alarmante”, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Os casos nos EUA aumentaram muito em 2021: passaram de 756 para 1.471, aponta os dados do relatório da entidade.
A grande questão é que o fungo é resistente a diversos medicamentos antifúngicos, o que causou a morte de cerca de 30% a 60% das pessoas infectadas, embora, segundo o CDC, os dados sejam “baseados em informações de um número limitado de pacientes”.
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O fungo contamina o sangue, o sistema nervoso e os órgãos internos. Além disso, a transmissão ocorre, principalmente, através de superfícies contaminadas em hospitais.
O órgão esclareceu ainda que o Candida auris não está sendo visto como um perigo para pessoas saudáveis. Porém, pacientes com sistema imunológico comprometido ou que usam dispositivos médicos, podem sofrer com quadros mais graves ou até morrer.
Por esse motivo, o CDC classifica a situação como uma “ameaça urgente relacionada à resistência antimicrobiana”. Muitos pacientes afetados estão em hospitais e lares de idosos.
Detecção e aumento
Relatado em mais de 30 países, o O C. auris acabou detectado pela primeira vez nos EUA em 2016.
O aumento mais rápido de casos aconteceu entre 2020 a 2021, de acordo com dados publicados no Annals of Internal Medicine.
A epidemiologista do Centro, Meghan Lyman, explicou em comunicado que o rápido aumento de casos é alarmante.
Segundo a norte-americana, a situação “enfatiza a necessidade de vigilância contínua, capacidade de laboratório expandida, testes de diagnóstico mais rápidos e adesão à prevenção e controle comprovados de infecções”.
Identificada por meio de testes de fluidos corporais, o micro-organismo deixou o CDC atento, pois é mais difícil de se diferenciar de outros fungos e pode levar a um diagnóstico errado.
O Candida auris já chegou ao Brasil?
Outros países já detectaram o fungo e, em 2022, a Organização Mundial da Saúde incluiu na lista de “patógenos fúngicos prioritários”.
No Brasil, foram identificados ao menos três surtos relacionados a esse fungo nos últimos anos.
O mais recente deles aconteceu entre dezembro de 2021 e março de 2022 em um hospital de Recife, em Pernambuco. Na ocasião, nove pessoas receberam o diagnóstico e os casos acabaram como alvos de um estudo publicado no início de 2023 por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Segundo os pesquisadores, a Candida auris “requer uma grande vigilância por sua alta capacidade de formar colônias e biofilmes, o que contribui para a disseminação do fungo”.
“A identificação rápida e precisa dessa espécie é essencial para gerenciar, controlar e prevenir infecções”, disseram os especialistas.
Sintomas do fungo
Os principais sintomas de infecção por Candida auris incluem febre alta, tontura, fadiga, aumento da frequência cardíaca, vômitos e calafrios.
Além disso, como já citado, a infecção é mais comum em pessoas que permanecem internadas no hospital por longos períodos e possuem sistema imunológico comprometido.
Como prevenir a infecção por Candida auris
Para evitar a contaminação por esse microrganismo, os profissionais da saúde devem ter atenção durante a lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente, assim como atenção à desinfecção das superfícies hospitalares e dos dispositivos médicos.
Além disso, é importante que os pacientes infectados fiquem em isolamento para prevenir a contaminação de outras pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
Por isso, é importante que o hospital tenha um sistema de controle de infecção eficiente e estimule medidas de prevenção para o paciente, a equipe e os visitantes do hospital.