Garoto era chamado de “burro”. Seu problema: falta de óculos

Por: Keila Baraçal

A repórter Claudia Collucci, da Folha, conta hoje a história de um menino chamado Mikael, de 9 anos, que era debochado, chamado de burro” pelos colegas na escola – e , diariamente, ele se sentia humilhado.

A história mostra como o Brasil está cego para um problema tão grave. E tão simples de resolver.

Ele era debochado porque não conseguia ler. A humilhação era maior quando, chamado à lousa, ficava inerte. Achavam que ela tinha problemas mentais.

“Me zoavam o tempo todo. Não conseguia enxergar as linhas do caderno, ficava tudo bagunçado. Também não enxergava o que a professora colocava na lousa”, diz Mikael para a repórter.

Isso, óbvio, deixa marcas para o resto da vida. Até porque Mikael é um sério candidato a repetir o ano. Não conseguia consulta na rede pública.

A solução, porém, veio em poucos minutos. Ele conseguiu ser atendido num projeto de médicos voluntários, chamado Horas da Vida – médicos doam algumas horas por mês. Veja aqui.

O garoto saiu de lá enxergando. O candidato a uma vida marginal agora candidata-se a ser um trabalhador produtivo.