O que você precisa saber sobre o glucomanano, também conhecido como “Ozempic natural”

A alcunha vem da função semelhante que ambos cumprem: ajudar a reduzir o apetite. Entenda, no entanto, as diferenças

30/05/2025 11:15

O glucomanano está disponível no Brasil em cápsulas, pó e até em macarrões de baixa caloria feitos à base da planta konjac – iStock/Amri Syam
O glucomanano está disponível no Brasil em cápsulas, pó e até em macarrões de baixa caloria feitos à base da planta konjac – iStock/Amri Syam - iStock/Amri Syam

Se você acompanha tendências de saúde nas redes sociais, provavelmente já viu o nome glucomanano por aí — quase sempre acompanhado de promessas de emagrecimento rápido e, às vezes, até comparado ao famoso remédio, que o levou a ser chamado “Ozempic natural”. Mas o que está por trás desse apelido chamativo?

Antes de tudo, vale entender: o glucomanano não é um medicamento e, apesar da comparação, não tem os mesmos efeitos do Ozempic no organismo. Ainda assim, ganhou a fama de “versão natural” graças a uma característica em comum — a capacidade de aumentar a sensação de saciedade.

O que é o glucomanano?

Trata-se de uma fibra solúvel retirada da raiz da planta asiática Amorphophallus konjac. Quando ingerido com água, o glucomanano se transforma em um gel viscoso dentro do estômago. Esse gel ocupa espaço e retarda o esvaziamento gástrico, o que faz com que a fome demore mais a voltar.

É exatamente esse efeito físico — e não químico — que aproxima o glucomanano do Ozempic, ao menos no imaginário popular. Afinal, o remédio também age promovendo maior saciedade, embora por vias completamente diferentes e com muito mais intensidade.

A alcunha vem da função semelhante que ambos cumprem: ajudar a reduzir o apetite  – iStock/Liudmila Chernetska
A alcunha vem da função semelhante que ambos cumprem: ajudar a reduzir o apetite  – iStock/Liudmila Chernetska - iStock/Liudmila Chernetska

Por que o chamam de “Ozempic natural”?

A alcunha vem da função semelhante que ambos cumprem: ajudar a reduzir o apetite. Mas a comparação para por aí. O Ozempic, de fato, atua no sistema nervoso central e no metabolismo, sendo indicado principalmente para pessoas com diabetes tipo 2 ou obesidade, com resultados expressivos — em média, mais de 15% de perda de peso corporal.

Já o glucomanano promove saciedade mecânica, preenchendo o estômago temporariamente. Estudos mostram que ele pode contribuir com uma perda de peso discreta, de até 4,5 kg em alguns casos, desde que aliado a alimentação balanceada e prática de exercícios.

Ou seja, os dois compartilham um efeito final semelhante, mas seguem caminhos muito diferentes para chegar lá.

Como consumir com segurança

O glucomanano está disponível no Brasil em cápsulas, pó e até em macarrões de baixa caloria feitos à base da planta konjac. As versões em cápsulas e pó exigem cuidado: como a fibra absorve muita água rapidamente, há risco de engasgo ou obstrução na garganta se ingerida sem a hidratação adequada.

Além disso, o aumento no consumo de fibras deve sempre vir acompanhado de aumento na ingestão de água, para evitar problemas como constipação.

Vale a pena incluir na rotina?

Como coadjuvante, o glucomanano pode ser útil. Para pessoas que buscam controlar melhor a fome ou melhorar o trânsito intestinal, ele pode ser um aliado natural interessante. Mas não se deve esperar efeitos comparáveis aos de um medicamento como o Ozempic.

Mais do que apostar em soluções “milagrosas”, o ideal é encarar o glucomanano como uma ferramenta extra dentro de uma abordagem completa de bem-estar — com alimentação saudável, movimento e acompanhamento profissional.


Estudo descobre que medicamentos como ozempic podem ter efeito antidepressivo

Um estudo com quase 30 mil pacientes descobriu que o uso de medicamentos GLP-1, que incluem Wegovy e Ozempic, pode ter um efeito antidepressivo, sugerindo que esses medicamentos podem um dia ser usados ​​em terapia de saúde mental.

Publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry, uma equipe de pesquisa da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, descobriu que pacientes que tomavam GLP-1RAs relataram menos sintomas de depressão do que aqueles que tomavam o medicamento comum para diabetes.

Especialistas acreditam que a eficácia desses medicamentos na redução do risco de depressão está na redução da inflamação, já que as respostas inflamatórias e a imunidade são essenciais no desenvolvimento e início da depressão.