Gordura no fígado: atenção aos riscos e saiba como prevenir

A gordura no fígado pode causar inflamação, fibrose e até cirrose; saiba os riscos, sintomas e formas de prevenção

26/02/2025 19:33

A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, ocorre quando mais de 5% do peso do fígado é composto por gordura.

Embora em alguns casos não cause problemas imediatos, essa condição pode evoluir e desencadear inflamações, aumentando o risco de fibrose, cirrose e até câncer hepático.

A esteatose hepática pode ser classificada em dois tipos: alcoólica, que é causada pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas; e não alcoólica, relacionada a fatores como obesidade, diabetes, resistência insulínica, colesterol alto, hipertensão, doenças coronarianas, sedentarismo e fatores genéticos. Também pode ser desencadeada por hepatites virais e uso de alguns medicamentos.

O diagnóstico precoce da esteatose hepática pode evitar complicações graves. Consulte um médico regularmente.
O diagnóstico precoce da esteatose hepática pode evitar complicações graves. Consulte um médico regularmente. - luismmolina/istock

Quais os graus da esteatose hepática?

A gravidade da gordura no fígado pode ser dividida em:

  • Grau 1 (leve): pequeno acúmulo de gordura.
  • Grau 2 (moderado): acúmulo moderado de gordura.
  • Grau 3 (acentuado): grande acúmulo de gordura no fígado.

Embora um maior acúmulo de gordura possa parecer mais preocupante, a gravidade da doença também depende do estado de saúde geral do paciente e de outras condições associadas.

Sintomas

Nos estágios iniciais, a esteatose hepática costuma ser silenciosa, sem manifestações evidentes. Entretanto, quando a condição se agrava, podem surgir sintomas como desconforto abdominal no lado direito, fadiga, fraqueza e perda de apetite.

Nos casos mais graves, outros sinais incluem icterícia (pele e olhos amarelados), aumento do volume abdominal devido à ascite (acúmulo de líquido na barriga), inchaço nas pernas, hemorragias, confusão mental e fadiga intensa, indicando possível progressão para doenças hepáticas mais severas.

Quais são os riscos de não tratar a gordura no fígado?

Se não for tratada, a esteatose hepática pode evoluir para complicações mais graves, como:

  • Esteato-hepatite: inflamação do fígado que pode levar a danos permanentes.
  • Fibrose hepática: formação de tecido cicatricial no fígado, prejudicando sua função.
  • Cirrose hepática: estágio avançado de cicatrização, podendo levar à insuficiência hepática.
  • Câncer de fígado: o acúmulo de gordura e a inflamação podem aumentar o risco de desenvolver tumores malignos.
  • Insuficiência hepática: quando o fígado perde sua capacidade de funcionar adequadamente, podendo ser necessário um transplante.

Diagnóstico

A gordura no fígado pode ser identificada por exames de imagem, como ultrassom abdominal. Para uma avaliação mais detalhada, exames de sangue podem ser solicitados para verificar enzimas hepáticas e ferritina.

Em casos específicos, exames como tomografia, ressonância magnética ou elastografia hepática ajudam a determinar a severidade da condição. Quando necessário, uma biópsia pode ser realizada.

O tratamento depende da causa e do estágio da esteatose hepática. De modo geral, mudanças no estilo de vida são fundamentais. Isso inclui praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool e controlar doenças metabólicas associadas.

Em alguns casos, o médico pode avaliar a necessidade de medicamentos para reduzir a inflamação hepática.

Como prevenir a gordura no fígado?

A prevenção está diretamente ligada à adoção de hábitos saudáveis. Para manter o fígado em boas condições, recomenda-se:

  • Manter um peso adequado;
  • Praticar exercícios físicos;
  • Consumir alimentos saudáveis, como frutas, legumes, verduras e carnes magras;
  • Reduzir o consumo de frituras, gorduras e doces;
  • Optar por carboidratos integrais.

Ao adotar essas medidas, é possível reduzir os riscos de desenvolver a esteatose hepática e garantir a saúde do fígado a longo prazo.