Como se pega gripe aviária? Há 3 formas que você deve ficar atento
Não se deve tocar e nem recolher aves doentes. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos
Doença de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a gripe aviária é uma enfermidade viral altamente contagiosa que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e, as vezes até mesmo, mamíferos como seres humanos, ratos, gatos, cães, cavalos e suínos.
A gripe aviária é uma doença de distribuição mundial, com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. No dia 15 de maio de 2023, foi detectada pela primeira vez em território nacional, diagnosticada em aves silvestres – o que não compromete a condição do Brasil como país livre de IAAP para o comércio.
Os vírus de influenza tipo A, como é o caso da gripe aviária, apresentam alta capacidade de mutação (drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem já foi responsável por uma alta taxa de letalidade, e a possibilidade de transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um alto risco para a população mundial.
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Transmissão de gripe aviária para humanos
Atualmente os principais fatores que contribuem para a transmissão da influenza aviária são os seguintes:
Aves migratórias/silvestres – A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da IA. Estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório dos vírus da IA desempenhando um papel importante na evolução, manutenção e disseminação desses vírus. Essas aves normalmente apresentam infecção sem adoecer, o que lhes permite transportar o vírus a longas distâncias ao longo das rotas de migração. As principais espécies silvestres envolvidas parecem ser aves aquáticas, gaivotas e aves costeiras.
Globalização e comércio internacional – O intenso fluxo de pessoas ao redor do mundo, assim como de mercadorias, aumenta consideravelmente o risco de disseminação de doenças, incluindo a influenza aviária.
Mercados/feiras de vendas de aves vivas – Podem facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, assim como com o homem, o que além de favorecer a transmissão, aumenta a possibilidade de recombinações genéticas entre diferentes tipos de vírus de influenza.
Portanto, aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a aves silvestres, principalmente migratórias e/ou aquáticas, é a principal medida de diminuição do risco para introdução do vírus da gripe aviária no país, e consequentemente, para diminuir o risco de evolução do vírus para formas mais graves da doença e recombinação com componentes de outros vírus de influenza que podem formar vírus não só capazes de infectarem seres humanos, mas também daqueles que podem ser transmitidos entre seres humanos.
Deste modo, toda população que avistar aves doentes deve acionar o serviço veterinário local ou realizar a notificação por meio do e-Sisbravet.
ATENÇÃO – Não se deve tocar e nem recolher aves doentes. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos.
Com informações do Ministério da Agricultura e Pecuária.