Harvard aponta a variante P.1 como mais mortal e transmissível

Cepa conhecida popularmente como "variante de Manaus" é uma das mais perigosas em circulação

A variante P.1 (Gama) do coronavírus, que se originou em Manaus e hoje é predominante em muitos estados brasileiros, foi classificada como mais mortal e transmissível, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Escola T.H. Chan de Saúde Pública, da Universidade Harvard, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos.

A descoberta foi feita a partir do mapeamento de mutações no código genético do novo coronavírus que poderiam estar associadas a taxas de mortalidade mais altas pela infecção. A equipe de cientistas identificou uma mutação que, ao alterar a proteína spike — usada pelo vírus para entrar nas células humanas —, levava a um aumento significativo na letalidade do patógeno.

Essa proteína foi encontrada em meio a 7.548 amostras de pacientes brasileiros com covid-19, disponíveis na plataforma internacional de dados genômicos GISAID.

Estudo de Harvard classifica a variante P.1 como a mais mortal e transmissível
Créditos: Donald Blis/NIH
Estudo de Harvard classifica a variante P.1 como a mais mortal e transmissível

Os primeiros pacientes no Brasil com a variante P.1 foram documentados em janeiro de 2021 e em poucas semanas a variante causou um aumento nos casos em Manaus, causando colapso no sistema de saúde da capital amazonense.

Pesquisas anteriores já indicaram que ela pode ser duas vezes mais contagiosa do que a linhagem original do SARS-COV-2 e já foi detectada em 56 países.

Em janeiro deste ano, a cepa Gama (P.1) entrou na lista de Variantes de Preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS).