Harvard destaca como os ultraprocessados afetam a sua saúde mental

O que antes era apenas um alerta para a balança, agora também preocupa o cérebro; entenda os motivos

11/04/2025 18:00

O que antes era apenas um alerta para a balança, agora também preocupa o cérebro; entenda os motivos – iStock/domoyega
O que antes era apenas um alerta para a balança, agora também preocupa o cérebro; entenda os motivos – iStock/domoyega - iStock/domoyega

Um novo estudo vindo dos Estados Unidos acende uma luz vermelha no universo alimentar: nossa paixão por produtos ultraprocessados — como aquele refrigerante geladinho, a lasanha pronta do congelador e a batatinha crocante — pode estar contribuindo mais do que pensamos para o crescimento dos casos de depressão.

O vilão está no copo

Entre todos os alimentos examinados, um grupo em particular chamou a atenção: as bebidas adoçadas artificialmente. De acordo com os pesquisadores, elas podem aumentar em até 37% as chances de um diagnóstico de depressão. E o dedo aponta diretamente para os adoçantes artificiais — estrelas controversas de refrigerantes diet, por exemplo.

O Dr. Raaj Mehta, da prestigiada Harvard Medical School, comenta que componentes químicos presentes nessas bebidas têm potencial para impactar o cérebro de forma negativa. “Quanto maior o consumo dessas bebidas, mais evidente é o risco de desenvolver problemas de saúde mental”, afirma.

O que, afinal, são os ultraprocessados?

São alimentos que perderam a alma no processo industrial. Em vez de ingredientes simples e familiares, eles carregam uma mistura de elementos que você não encontra na sua cozinha: aditivos artificiais, conservantes, corantes, amidos alterados e outras substâncias com nomes impronunciáveis. A classificação do sistema NOVA já os liga a obesidade, diabetes tipo 2 e câncer. Agora, eles entram em cena como possíveis influenciadores da nossa saúde mental.

O aspartame, por exemplo — presente em muitos refrigerantes e adoçantes de mesa — foi rotulado pela OMS em 2023 como “possivelmente cancerígeno”. Agora, ele também está sendo questionado por seu impacto psicológico.

Os números que não mentem

O estudo, publicado na respeitada JAMA Network Open, acompanhou mais de 31 mil mulheres, entre 42 e 62 anos, ao longo de 14 anos. Nenhuma delas tinha diagnóstico de depressão no início. O que os dados revelaram é preocupante: aquelas que consumiam mais de 8,8 porções diárias de ultraprocessados apresentaram um risco 49% maior de desenvolver depressão, em comparação às que ingeriam menos de quatro porções.

Calma, mas com atenção

Especialistas recomendam cautela. O Dr. Sharmili Edwin Thanarajah, do Hospital Universitário de Frankfurt, reforça que embora os resultados sejam impactantes, ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar uma relação direta. “O estudo é um passo importante, mas não é o ponto final da conversa”, ressalta.

Corpo são, mente sã – e prato limpo

O que antes era apenas um alerta para a balança, agora também preocupa o cérebro. O recado é claro: talvez seja hora de rever o que vai para o prato (e para o copo). O que alimenta o corpo, alimenta também a mente — para o bem ou para o mal. Escolher com consciência pode ser o primeiro passo para cuidar da saúde em todas as suas formas.

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