Hormônio do crescimento pode ser chave no tratamento da ansiedade

Descubra como o hormônio do crescimento pode se tornar um aliado no tratamento da ansiedade e distúrbios neuropsiquiátricos

08/12/2024 15:31

Descobertas Promissoras: Hormônio do Crescimento e o Controle da Ansiedade
Descobertas Promissoras: Hormônio do Crescimento e o Controle da Ansiedade - Edward Jenner/Pexels

Uma pesquisa inédita da Universidade de São Paulo (USP) trouxe novas descobertas sobre o hormônio do crescimento (GH). Publicado no The Journal of Neuroscience, o estudo indica que o GH não apenas impulsiona o desenvolvimento corporal, mas também exerce um efeito ansiolítico, aliviando sintomas de ansiedade. A pesquisa abre portas para o desenvolvimento de tratamentos inovadores para transtornos neuropsiquiátricos, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

Hormônio do crescimento como agente ansiólitico

O hormônio do crescimento, conhecido por promover o crescimento de tecidos e órgãos, tem se mostrado promissor no combate à ansiedade. A equipe de cientistas da USP, liderada pelo professor José Donato Júnior, realizou uma série de experimentos que apontam a relação direta entre o GH e a redução dos sintomas ansiosos.

Durante a pesquisa, os cientistas removeram o receptor de GH de células neuronais específicas em camundongos, o que resultou em um aumento nos comportamentos ansiosos dos animais. Essa alteração foi observada especialmente nos camundongos machos, sugerindo que o GH desempenha um papel crucial na regulação emocional e no controle da ansiedade.

O caminho para novos tratamentos ansiolíticos

Essa descoberta pode ser um passo importante para o desenvolvimento de novos medicamentos ansiolíticos. O estudo demonstrou, ainda, que a interação do GH com o peptídeo somatostatina, um antagonista do hormônio, é fundamental para os efeitos ansiolíticos observados. A pesquisa também destacou que a modulação do GH pode ter impacto positivo na memória relacionada ao medo, um aspecto crucial em distúrbios como o estresse pós-traumático.

Vale ressaltar que, embora os resultados tenham sido significativos em camundongos machos, não foi detectada a mesma resposta em fêmeas, uma lacuna que ainda precisa ser investigada. A diferença de respostas entre os sexos pode fornecer pistas sobre os mecanismos biológicos que regulam a ansiedade.

Promissoras e perspectivas futuras

Com o avanço dos estudos sobre o GH, as perspectivas para o tratamento de distúrbios de ansiedade são cada vez mais promissoras. O estudo da USP sugere que, além dos efeitos benéficos no crescimento, o hormônio pode se tornar uma ferramenta valiosa no controle de transtornos emocionais. O próximo passo será compreender melhor as diferenças entre sexos e a aplicabilidade desses resultados em seres humanos.