Hormônio do crescimento pode ser chave no tratamento da ansiedade

Cientistas da USP descobriram uma relação entre o hormônio do crescimento e a redução da ansiedade, abrindo caminho para novas terapias

Por Thatyana Costa em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
23/03/2025 19:31

Descobertas Promissoras: Hormônio do Crescimento e o Controle da Ansiedade
Descobertas Promissoras: Hormônio do Crescimento e o Controle da Ansiedade - Edward Jenner/Pexels

Uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) trouxe novos insights sobre o papel do hormônio do crescimento (GH) na redução da ansiedade. O estudo, publicado no “The Journal of Neuroscience”, mostrou que, além de ser essencial para o desenvolvimento dos tecidos corporais, o GH pode atuar como um agente ansiolítico, oferecendo novas possibilidades para o tratamento de transtornos de ansiedade.

Hormônio do crescimento e a ansiedade: um estudo revelador

Conduzido pelo professor José Donato Júnior, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, o estudo investigou como a manipulação do receptor de GH em neurônios pode influenciar a resposta ansiosa. Ao remover o receptor do GH de células neuronais que expressam somatostatina, um antagonista do hormônio, os cientistas observaram um aumento nos comportamentos ansiosos em camundongos machos, indicando uma ligação direta entre o GH e a ansiedade.

Além disso, o estudo revelou uma redução significativa na memória do medo nos animais de ambos os sexos, o que abre novas portas para o desenvolvimento de medicamentos ansiolíticos mais eficazes no futuro.

Novas perspectivas para tratamentos de transtornos de ansiedade

A descoberta dos cientistas da USP apresenta uma compreensão mais profunda sobre a relação entre o hormônio do crescimento e as condições neuropsiquiátricas, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Esses achados sugerem que, no futuro, terapias baseadas na modulação do GH poderiam ser aplicadas no tratamento de transtornos de ansiedade, proporcionando uma nova abordagem para combater esses distúrbios.

Embora os resultados obtidos em camundongos machos tenham sido notáveis, o estudo não encontrou o mesmo aumento de comportamento ansioso em camundongos fêmeas, um ponto que ainda precisa ser investigado mais a fundo.

 

Transformando ansiedade em serenidade: caminhos para o equilíbrio emocional

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