Hormônio pode ser arma contra câncer de fígado, diz pesquisa
Pesquisadores planejam investigar novas abordagens para melhorar a eficácia do hormônio no tratamento do câncer de fígado
Durante estudo com camundongos, pesquisadores da Universidade de Michigan encontraram um hormônio – neuregulina 4 (NRG4) – que se apresentou potencialmente eficaz para o tratamento do carcinoma hepatocelular, o tipo mais comum de câncer de fígado primário.
Para chegar ao resultado observado, o estudo analisou os impactos causados pela doença hepática gordurosa não relacionada ao álcool nas moléculas e células da região afetada. E de que forma essas alterações aumentam o risco de câncer de fígado.
De acordo com os pesquisadores, os camundongos sem NRG4, que é secretado principalmente por células de gordura, desenvolvem doença esteato-hepatite não alcoólica mais grave e mais tumores no fígado do que camundongos com níveis normais do hormônio.
Além disso, o estudo também concluiu que, quando aumentou-se os níveis de NRG em camundongos – elevando geneticamente a expressão de NRG4 em tecidos adiposos ou tratando camundongos com uma fusão NRG4 recombinante – os níveis aumentados do hormônio suprimiram a progressão do câncer de fígado.
O que isso significa?
Publicado na revista Cell Metabolism, o experimento demonstrou que, em um cenário terapêutico, a proteína de fusão NRG4-Fc recombinante apresenta notável potência na supressão dos tumores malignos de fígado e na sobrevivência prolongada nos camundongos tratados.
Essas descobertas, portanto, abrem caminho para a intervenção terapêutica do câncer de fígado. “Muitos estudos sobre câncer de fígado se concentram nas próprias células cancerosas do fígado: como elas proliferam e como elas escapam do sistema imunológico”, disse um dos autores do estudo, Jiandie Lin.
“Mas nossas descobertas rompem com essa estrutura centrada no fígado, mostrando que um hormônio derivado da gordura pode realmente reprogramar o ambiente do fígado e ter um impacto muito grande no desenvolvimento do câncer de fígado”.
Apesar dos avanços, mais pesquisas sobre o tema são necessárias até que o NRG4 possa ser utilizado como terapêutico para o carcinoma hepatocelular.