Identificadas variáveis genéticas associadas ao risco de suicídio
O maior estudo genético do mundo revela fatores de risco inesperados para o suicídio
Segundo um novo estudo publicado no American Journal of Psychiatry, pesquisadores identificaram doze variantes de DNA associadas ao risco de tentativa de suicídio. Na análise realizada, foram examinados mais de 40 mil casos, fazendo deste o maior estudo genético sobre suicídio já realizado.
Conforme os pesquisadores, essas variações no código genético humano têm conexões com fatores que afetam a saúde física e comportamental, como a impulsividade, o tabagismo, a dor crônica, o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), condições pulmonares e doenças cardíacas.
O que as descobertas revelam?
Os resultados do estudo revelam que algumas das bases genéticas do suicídio compartilham aspectos com as condições de saúde mencionadas.
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Ana Docherty, Ph.D. e autora correspondente do estudo, reforça a importância desses dados, afirma que eles podem colaborar para uma melhor identificação dos pacientes, que têm mais propensão ao suicídio e que precisam de um acompanhamento mais estreito com o sistema de saúde mental.
Existem, em média, 39 casos de suicídios por dia no Brasil. E este fenômeno é a quarta maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Portanto, compreender melhor os fatores genéticos por trás dessas atitudes pode abrir novas possibilidades de tratamento e prevenção.
Como foi feita a pesquisa?
A pesquisa analisou dados de 22 populações diferentes ao redor do mundo, incluindo pessoas de diferentes origens ancestrais e étnicas. Foi usado um amplo banco de dados provindo do Million Veteran Program (MVP) e do International Suicide Genetics Consortium (ISGC).
Resultados da pesquisa
Dados observados mostram que as variantes genéticas ligadas à tentativa de suicídio, também ligam-se às variantes genéticas para depressão e outras condições de saúde como doenças cardíacas.
No entanto, como lembra Hillary Coon, coautora do estudo, a presença de uma ou mais dessas condições de saúde não significa, necessariamente, um alto risco de suicídio.
Fatores genéticos combinados com outros estressores da vida, condições de saúde pré-existentes e eventos traumáticos também podem aumentar esse risco.
As descobertas desse estudo não alteram a necessidade urgente de suporte e tratamento para pessoas que sofrem de doenças mentais, como depressão e transtorno bipolar. Mas, pode fornecer uma valiosa nova perspectiva na busca contínua por melhores tratamentos e intervenções preventivas para o suicídio.
Ajuda está disponível
Caso você ou alguém que você conheça esteja passando por um momento difícil, existem recursos que podem ajudar. O site Mapa Saúde Mental permite encontrar diversas opções de atendimento. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito 24 horas por dia pelo número 188.