Insônia atrapalha o desempenho sexual? Veja o que dizem os especialistas

Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
17/11/2024 10:30 / Atualizado em 27/11/2024 19:13

Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia – Visions/iStock
Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia – Visions/iStock - iSTock

A insônia, conhecida pela dificuldade em manter o sono ao longo da noite, é muito mais do que uma simples perturbação do descanso.

Seus efeitos vão além, afetando desde a memória e concentração até a saúde emocional, causando ansiedade, depressão e irritabilidade.

Agora, um estudo recente da Universidade de Rochester, nos EUA, revela um novo impacto: a falta de sono pode prejudicar também a vida sexual, especialmente das mulheres.

Publicada no Journal of Psychosomatic Research, a pesquisa examinou essa relação e trouxe dados reveladores. Entre os participantes, 53,8% das mulheres que sofrem da condição relataram dificuldades como baixa satisfação sexual e problemas para alcançar o orgasmo, enquanto 23% dos homens também reportaram queixas semelhantes.

Por que a insônia pode atrapalhar o desempenho sexual? 

A falta de um sono reparador, conforme os especialistas, muitas vezes sinaliza outras condições de saúde, sejam físicas ou mentais, comumente agravadas por estresse, álcool, cafeína e condições de sono inadequadas. No Brasil, por exemplo, sete em cada dez pessoas têm problemas de sono, segundo a Fundação Oswaldo Cruz.

No experimento denominado Sono e Sexo II, 1.226 voluntários, com média de idade de 45 anos, foram entrevistados para investigar a ligação entre qualidade do sono e vida sexual.

O estudo analisou fatores como insônia, medo de dormir, pesadelos, função sexual, satisfação, ansiedade, estresse pós-traumático e consumo de álcool.

Os dados mostraram que as mulheres apresentavam taxas de insônia e disfunção sexual aproximadamente duas vezes maiores que os homens, com a frequência de atividades sexuais também associada a um sono mais reparador e níveis mais baixos de ansiedade.

Os resultados enfatizam que o sono de qualidade é fundamental para o bem-estar físico, mental e sexual. Mas como minimizar os impactos da insônia? Os especialistas sugerem a criação de uma rotina de sono regular, a redução de alimentos e bebidas estimulantes antes de dormir, e a prática de técnicas de relaxamento, como respiração profunda, música suave ou leitura. Adotar esses hábitos pode não só melhorar o sono, mas também a qualidade de vida e o bem-estar sexual.