Inverno aumenta risco de meningites bacterianas em crianças
Oficialmente o inverno começa na próxima quinta-feira (21). Além do frio, da chuva e de dias mais secos, a estação é propícia para a propagação de doenças como as meningites bacterianas –as virais tendem a ser mais prevalentes no verão.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), todos os anos são registrados 1.2 milhão de casos de meningites bacterianas.
A meningite é um processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença tem diferentes origens, mas as meningites infeciosas, que podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos e protozoários, são as mais comuns.
A inflamação, entretanto, também pode ser causada por doenças sistêmicas, como câncer ou lúpus, por exemplo ou ainda como consequência de certos medicamentos.
O risco de desenvolver uma meningite bacteriana é maior em crianças menores de cinco anos e em adultos com mais de 60 anos.
De acordo com a neuropediatra Andrea Weinmann, a meningite bacteriana é uma emergência médica, pois precisa de diagnóstico e tratamento imediatos para reduzir o risco de sequelas, como surdez e atrasos neuropsicomotores. Infelizmente, a taxa de mortalidade também é alta quando se trata de meningite bacteriana.
A grande maioria das meningites bacterianas são causadas por um crescimento anormal das colônias das bactérias que habitam a nasofaringe e a orofaringe. As bactérias se multiplicam e resistem às defesas do organismo. Com isso, elas atingem a corrente sanguínea e chegam ao sistema nervoso central, levando assim à infecção das meninges e da medula.
Formas de transmissão
A meningite bacteriana pode ser transmitidas por contato direto por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta, como tosse, espirros e beijos, sendo que a pneumocócica pode ser transmitida também pelo contato indireto por meio de objetos contaminados pelas secreções nasais e da garganta.
A meningite pneumocócica é considerada a mais grave, pois está associada a altas taxas de mortalidade e de complicações, como hidrocefalia, edema cerebral (inchaço), hemorragia intracraniana, entre outras complicações.
Sintomas
Nos bebês, os sinais e sintomas podem ser inespecíficos e isso atrasa o diagnóstico. “Febre alta, recusa alimentar, vômitos, apatia e irritabilidade podem sugerir alguma alteração em crianças menores, principalmente em bebês. Nessa faixa etária, os sinais de irritação da meninge não são tão frequentes”, explica Andrea.
Já as crianças maiores costumam apresentar sintomas bem característicos, como dor de cabeça, vômitos e febre com início repentino ou insidioso.
Atualmente é possível imunizar as crianças contra a maioria dos agentes causadores das meningites bacterianas. Um bom exemplo é a queda da incidência da meningite por Haemophilus influenzae.
A maior parte das vacinas está incluída no calendário do SUS (Sistema Único de Saúde) e algumas só podem ser feitas em clínicas particulares.