Já pensou em doar seus órgãos?
Você já pensou no que acontece com o seu corpo depois que você morre? Bom, além da discussão espiritual e filosófica, há um ponto importante que deve ser lembrado: o destino dos seus órgãos.
No Brasil, o número de doadores de órgãos aumentou quase 90% nos últimos seis anos. Passou de 1.350 em 2008 para 2.562 em 2013. Nesse mesmo período, a fila de espera para transplante caiu de 64 mil para 37 mil pessoas.
Segundo o Ministério da Saúde, o país realizou 11,4 mil transplantes só nos primeiros seis meses de 2014. Desses, 6,6 mil foram cirurgias de córnea, 3,7 mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão) e 965 de medula óssea. Em 2013, foram realizados 23.457 transplantes. O SUS é responsável por cerca de 95% dos procedimentos.
- Conheça a história da jovem que vive há três anos sem rins na fila do transplante
- Onde e como doar medicamentos às vítimas das enchentes no RS?
- Faustão passa por novo transplante e hospital revela seu estado de saúde
- MC Marcinho: como funciona o coração artificial usado pelo cantor?
Apesar dos avanços, a fila de espera inda é grande e o ministério lança frequentemente campanhas que incentivem as famílias a aderir à doação de órgãos. O objetivo é mostrar a importância da autorização para retirada de órgãos, após a confirmação do óbito, já que é a família que autoriza o procedimento quando a situação do paciente é irreversível.
Quer doar?
Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos no país. Em vida, é possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea, parte do pâncreas ou parte do pulmão. Se os pacientes tiverem parentesco de até quarto grau (sobrinhos-netos, tios-avós e primos) não é preciso autorização judicial para realizar o transplante.
No caso de pessoas que já faleceram, é a família que deve autorizar – baseada ou não na intenção que o falecido tinha em vida –, desde que o paciente tenha sido diagnosticado por morte encefálica. Coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões podem ser aproveitados se estiverem saudáveis. Para transplantes entre parentes de até quarto grau e cônjuges também não é necessária autorização judicial.
O objetivo do Ministério da Saúde é para incentivar as pessoas a manifestarem para seus parentes a intenção de doar órgãos. O Brasil é um dos países com maior aceitação das famílias nesse quesito – 56% autorizaram a retirada –, mas ainda há muita desinformação sobre o processo.
Benefícios
Em algumas cidades do Brasil existem benefícios para pessoas que doaram órgãos ou para suas famílias. Em São Paulo, por exemplo, famílias que autorizaram a doação dos órgãos de um parente falecido são isentas de pagarem as taxas funerárias à Prefeitura.
Em 2008, um Projeto de Lei tramitou pela Câmara dos Deputados com a intenção de beneficiar doadores e familiares, como prioridade de atendimento no SUS, e isenções temporárias de INSS e Imposto de Renda. Segundo o site da Câmara, o PL foi arquivado.